A Provincia do Pará de 22 de junho de 1947

El\1 "SHANTlJNG'' - Este vestido estilo "chemesler", em shan~ tunr~ amarelo canário. com dupla fila de botões dourados. Em shantung azul rel. ajustado a cintura por "pinces", o corpete ::e. i,iro:tongar'i na frente. sujeitando as "pinces" na sala, é o nosso segundo modelo. O terceiro tem um lindo trabalho de ''il.inho de abelha'>", que recolhe a amplitude do corpete e da ----- eaia ---- MAQUILAGE E IDADE "A beleza não tem idade" - diz alguem, com sobras de ra– zão . Então, é um erro prescin– dir dos cuidados da beleza por– que se é muito jov,em.. . E outro erro porque já se vai al– cançando ·a madurce1: ... O que acontece é bem dife– rente daquilo que se preconiza u mulher de 16 anos, e à que atinge os 50 anos. E' o exa– gero que se condena, o exage- 1·0 no "maquillage" e em coi– sas da moda. Porque a verda– de é que não há motivo para satocar a verdade é que não }'lá motivo para sufocar a vai– dade, essa vaidade pela qual ae cumprem todos os detalhes Inerentes ao arranjo pessoal, para não parecer uma vendi– da. Os defeitos da pele e máu chei– rc, do suor, desaparecem, usan– do LIMPACUTIS. (2106 Poesia ... .Continuação d& s,f,ttma pig.) nas suas torres, e o éco dos passos nas suas ruas calçá– das e misteriosas. Pode-se estar certo tambem que, um.a vez por ano, na cidade e arredores, os carteiros, tão caros ao poeta Francis Ja– mes, levarão à multidão de leitores essas duas obras In– dispensáveis: o catálogo da Manufatura de Armas, e Bi– cicletas de Saint-Eitênne e o das sementes Vilmorin– Andrieux. Nas ·noites de inverno, à luz da lâmpada, com o lapis suspenso sobre o boletim de encomenda, o gato ronro– nando ao canto do lume, as 03,stanhas assando sob a cinza. eis o f!Ue eu sonharia com os meus livros de cabe– ceira na minha ilha deser– ta... Na minha ilha deserta, t!.k, monótona com sua areia, suas palme~·as, essa leitura me transportaria a um jar– dL'll com canteiros de mo– rangos, roseiras, colméias em cortiço, áleas, um pôço . Na verdade, quero crer que ainda na ilha mais árida, mais deserta, alimentada a m:i.riscl)s, queimada pelo sol, es-;.~rando tristemente que u~ bar~o me vies~e liberta~, bastar-me-iam esses livros a D1ão e fechar os olhos para encontrar a França, ORIGINAL - Este modelo fo– ge ao comum, pela sua bela combinação. Deve ser confec– elonado em "pois" e crepe que não seja pesado. As costas ~ão feitas inteiramente de "pois". RECEITAS DA SEMANA BóLO DE OURO Receita - Três colheres de manteiga. Duas xicaras de açucar. Duas xicaras de fari– nha de arroz. Quatro ovos, mais duas claras. Cinco ou seis colheres de leite de côco. Uma colher rasa de fermento. Bate-se o açucar com a man– teiga, junta-se as gemas (4), o leite de côco; a farinha de ar– roz, as claras em neve (6) e o fermento. Bate-se bem e vai ao forno em forma untada. OUÇAM A: ''RADIO TUPI" Não é distinto, usar muitas joias. Sempre a mulher ele- BAR LUCY LOMAS VALENTINAS, JTJN'i'O A SEDE DO ORAM-PARA' PARQUE DE DIVERSÕES PRADO NOVO PARA VRfANÇA~ - Estes três lindos modelos para meninas .:;úo :nuito o:•lginais, tõstando em grande moda no sul. o pri~ nvh·o deve ser felto em linho ruz.ul , tendo uma galinha branca 1 e punhos da me<,ma côr. O cinto deve ser em matéria plástica. O do r,enlro próprio para meninas de dez a doze anos, tam– hcm fica mmto bem l'.!m linho de côres claros. As flechas que lhe s-:~·vem de ~nfeite poderá ser bordada ou aplicadas. o úl- timo fica muito graci.osu e:n xadrez, sendo o peitilho em "voi– tP" s1.:issL. bordado com "pois". ---- CAPITULO CIX grado est'l.r perto dos trinta anos ~ ter as formas começando a de– - Mas como vos pudestes bater? ::aparecer debaixo de uma certa perguntou o Cardial, mal podend9 gordura. p.ôs -se rapidamente en- ambcs nustentar-se? ire Lathil e o Cardial. - Batemo-nos sentados em nos- - Ah! disse ela esfregando as sas seges, Monsenhor. E' muito r.-.ãos, ei-vos enfim livre de vos– ccmoclo, quando se está doente. so horrível ministério e de toda a - E vindes dizer tais coisas a preocupação que nos trazia! mim, depo!s dos edites que publi- - Como "que nos trazia"? dis– quei sobre os duelos! E' verdade se o Cardial. Meu ministério vos :::crescentou o Cardial, que não sou proporcionava preocupações, tam– mais ministro e que, não mais hem a vós, querida senhora? 'l sendo, acontecerá com esse me- - Ah! sou eu quem sei! Não horamento, o mesmo que com to- dormia nem de dia nem de noite. dos os outros que tentei; em um Temia sempre para Vossa Emi- ~.no, clesapa:aecerão!... nencia alguma catástrofe na ç•1al O Cardial suspirou. meu pobre Caveis se visse envol- - Dizeis porém, meu caro tio, , ido. De dia, pensava nisso e es– perguntou Mme. de Combalet, que t.remecia ao menor ruido. De r.oi– o sr. Lathil, é assim que vos cha- te, sonhava com isso e me acor– mam, não? vinha vos oferecer seus rlava sobressa.ltada. Não tendes a serviços ; de que gênero são os se:r- idéia dos maus rnnhos que tem viços que esse senhor vos vem ofe- u'rt mulher quando derme sozi- recer? nha. Lathil mostrou a espada. - Mas o sr. Cavois, perguntou - Serviços ao mesmo tempo o- rindo Mme. de Cqmbalet .. . fensivos e defensivos, disse ele. O - Sim, eu lá me deitava com sr. Cardial não tem mais capit:lc ele! Ora! o pobre Caveis! Graças de guardas, nem guardas; sou eu a Deus, não lhe falta bôa vont a– quem devo servir de tudo isso. de, tivemos dez filhos em nove - Como! não tem mais capitão anos. O sr. Cardlal tinha-o leva– d~ guardas! disse uma voz de mu- elo consigo ao cerco de La Ro– lher atrás de Lathil. Parece-me chelle onde ele ficou oito mêsesl que tem ainda o seu Cavois, que Felizmente eu estava grávida é tambem meu Caveis. c,uando ele partiu, de sorte que - Ah, disse o Cardial, con~eçc não houve tempo perdido. Mas o ·,~i:1 voz, parece-me. Vinde cá, :ir . 0ardial ia carregá-lo para a c;uerlda madame Cavois, vinde. 1 Itália, cara senhora. Compreen– T.T'a mulher lesta e faceira, mal- deb, isso? E sabe Deus por quan- Henriqueta. Ficou o dito por dito e decidio, a consclencla do homem est:i.va ladrilhada de argumentos, não adiantava ob– jetar. Tempos depois, toda Concei– ção conhecia do repente áo ve– lho Joca; sabe-se com que velo– cidade essas coisas circulam. Os cidadãos mais conspicuos da terra riam facceciosamente e ·murmuravam do alto de suas gostosas articulações : - Aquele Joca tem cada .uma ... Metia-se medo às crianças. Na sua suspicacia semi-rustlca as ml!.es de familia tartamu– deavam para os filhos travessos sustos tremendos. - Te boto no caixão do ve– lho! A coisa deixara de ser engra– çada, parecia mais agouro; era como se estivesse atraindo algu– ma desgraça, como se o velho Joca se tivesse condenado à morte. Dizia-se que o caix!!.o já se achava pronto, colocado em cima de um girá.o, num canto da sala· de jantar, onde as vi– sitas poderiam apreciar, se qui– zessem. Era um ataude negro, feito a capricho, envernizado, a madeira a luzir como um espe– lho toda vez que uma restea qualquer recolhia sobre a fu– nebre superficie uma nesga bri– lhante d~ luz rolar. Os rumores tinham funda– mento. -· Entretanto, o que ago~a preocupava. as pessoas da vila não era a esquesitice do homem mas a calma, a paciencla quase risonha, com que a mulher do nosrn herói se habituara áquelas sugestões macabras. Houve tam– bém quem se endireltas~e para o cemitério, a ver como ia o túmulo do velho Joca. Paravam boquiabert.os : - Que beleza ! Era um monumento. E ainda é. Está Já, no Cemitério Ve– lho, assim chamado porque construiram outro depois destes acontecimentos . Todavia, o nosso Joca não morreu do coração; morreu foi mesmo de bala, naquela madru- ----------------- O NOSSO FOLHETIM A ESFINGE VERMELHA ItOMANCE HIST0RICO DE ALEXANDRE DUMAS Inédito na língua portuguesa - Direitos de tradução e reprodução assegurados à . A PROVíNCIA DO PARA cm todo o Estado - Copyright :france-Presse to tempo! porem tanto eu .pedia - Sim, que ele vai para a Itá– u Deus que acho que ele I'cz um lia! Ah! não ó conheceis ainda milagre e que, graças n mluhas senhor Cardial. Ele, delxa1·-m'c)? nreses o sr. Cardial perdeu seu Ele, separar-se de sua mulher- lugar. z!nha ?, - Obrigado, madame Cavo!J: - Mas ele vos deixava por mim, C:isse o Cardial sorrindo. não? - Sim, obrigado, disse Mme. de - Por vós, sim. M.:i~ por outro Combalet, e é um grande favor, que não vós, separar-se d-i sua com efeito, que Deus nos •conce:de, mulher! Aborrecer a Deus deitan– querida madame Caveis devo!- do-se com ela vez por outra e por vendo-vos vosso marido e, a mim, acaso! Nunca! meu tio. - Mas e os deveres de 1:e•J cai - -- Oh! disse Mme. Cavo1s, um . go? marido e um tio e não é ,i, mes- ma coisa... - De que cargo? -Mas, disse o cardial, se Ca- - D-cixando meu serviço, Cavois vois não me acompanhar, acom- passa para o serviço do rei. panhará o rei! - Bom! tomai cuidado! dei- - Parn onde? para onctt? per- ;cando vosso serviço, M:onsenhor, guntou Mme. Cavois. j Caveis passa !Jara o meu. Espero - Para a Itália, ora essa! c1ue por estas horas Já tenha apre- sentado sua demissão a Sua Ma– jestade. - Ele vos disse o que ia fazer? rerguntou Mme. de Gombalet. - Será que ele tem necessidade de me dizer o que fará? Então já 1:ão o sei de antemão? Então ev. não vejo tudo através dele como através de um cristal? Se eu vos digo que tudo já está feito por estas horas é porque jâ está. - Mas, minha querida madame Caveis, disse o Cardial, o lugar de capitão das guardas rendia seis ruil iibras por ano. Essas seis mil libras vão fazer falta em vos– so pequeno peculio e, como sim– rles particular, eu não posso, de– centemente, ter um capitão de guardas por i:eis mil libras. Pen– sai em vossos oito filhos. - Bem, pois não nos deixastes arranjados? e o privilégio das se– ges, que rende 12.000 lbs., pelo roe– r.os , por ano, será que isso não vale mais que um legar que o rei toma e dá a seu capricho? Nossos filhos? Graças a Deus! estão gor– dos e fortes e ides ver com vossos proprlos olhos. Entrai, pequenos, entrai todos. - Como, vossos filhos estão aí? - A exceção do ultimo que che- gou durante o cerco de La P.o– chelle e que está sendo amamen– t1;,do, pois não tem mais que cin– co mêses. Porem passou procura– ção a este que, no momento, está tse mexendo,, - Como, j á estais gravida, que– rida madame Cavais ? -· Grande milagre! Há já qua– Ei um mês que meu marido está cte volta. Entrai todos ! Enkai to– dos! O sr. Cardial o permite. - Sim, permito-o, mais ao mes– mo tempo permito, ou melhcr, or– deno a Lathil que se assente. To– mai uma poltrona e sentai-vos, Lathil. Lathil não respondeu e obede– ceu. Se fic:u:se de pé mais mintt• to, ter-seb ~er.tiào i:::: !. Durant e esse t:::m)o tocia a pro– genitura dos Ca·, ois cl::sfila-,a po;: ordem de tamanho, o mais velho à frente, belo rapaz de nove :::nos, nepots uma meni,1a, depois nm ou– tro rapaz, depois uma outra me– nina, até o ultimo, que era um n,enino de c:ois anos. Enfileirados em frente ao Car– ciial, apresentavam o aspecto dos í1ff.:s de uma flauta de Pan. - Eis, agora, disse Mme. ca– veis. eis o h cmem a quem C:cve– mos tudo, vós, vosso p:ii e eu. ~..!olocai-vos de joêlhos para agra- C:ecer-lhe. · - Nl:adame Caveis ! Madame Caveis! não nos devemos pôr da joêlhos senão diante de Deus. - E daqueles que o representam. Por outra, é a. mim que me com– pete dar ordens a meus filhos. Dz jc:êlhos, r.eus traquinas. Os meninos obedecer:::m. (Continíi'a)

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