Relatorio apresentado ao Sr. Secretario de obras publicas, terras e viação

mento antes de sua explosão, sondando então os animos, certifiquei-me de qu(! o colono Manoel Ferreira de Souza andava de casa em casa coo· vid-:rndo os companheiros para virem até ;'1 séde receber ração, que hou– ve reunião em casa de Ezequiel e que este garantira que se eu não eles· se a ração elle a daria. Segundo constava e posteriormete disse-me a esposa de Mano– el Ferreira de Souza, este depois da sua chegada de Belem onde fôra - levar um abaixo assignaclo de alguns de seus companheiros pouco pa ra\·a er1 seu trabalho, encontrando- se sempre em confabulações comJ outros, ora aqui, ora em Bragança, e frequentemente em ca,a de Eze– quiel conversando sobre política. E demais indo eu no dia 19 com o pharmaceutico percorrer algumas estradas, estivemos em casa de Ezequiel que, algum tanto exaltado, disse-nos que o Governo de Bragança, assim como o do Estado, não representavam a vontade elo povo e por isso muito breve desceri;:im. Sem attender as razões que lhes exµuzemos, vociferou bastante declarando ·:i_ue entre os homer.s com quem se entendia só falava- se na proxima deposição do lntendente d'este município. Inteirado assim do que ia se realisar, comecei a tomar as mais energicas providencias no sentido de fazer abortar a infundada rebellião, começando por prender sem incidente algum Manoel Ferreira de Souza, que sobre os seus companheiros gozava d-:: maior influencia intellectual. Logo pela manhã de 20 aprisionei algumas espingardas que eram conduzidas para o lugar onde estavam se reunindo os colono.,; desordeiros. Feito isso, suppunhaJracassado o seu plano 'criminoso. quando Ezequiel apresentou-se como parlamentar. declarando peremptoriamen te que, si eu não soltasse o cabecilha, que horas antt-s havia prendido, a colonia seria ~rrazada pelos rebeldes riue se achavam abarracados ha 500 metros c:e distancia d' esta administrac;ão. Deante dessa attitude dos colonos, cujo numero. segundo affir– mava o seu enviado, era de duzentos, receei não poder suffocar a sedi– ção, recorrendo então ao Intendente de Bragança pedindo auxílios materiaes. . Felizmente ~zequiel, que é um ho~1em pouco int~lligente P. igno– rante. ante a energia com que lhe respondi, voltou desammado não con– seguindo mais rcaliz:ir o seu perverso plano; d~ ITT<lclo que, quando a for– ça policial d'aquella cidade chegou a este nucleo, já eu tinha effectuado as prisões dos principaes cabecilhas, graças a um excesso ele valentia d'elles de quererem atacar de assalto esta administração. E realmente, fracassando o seu plano de ataque em massa, resolveram abordar aos poucos esta casa, se apresentando a mim para me defenderem atim de que, depois se reunirem dentrn, podessem dar o assalto do que resultaria inevitavelmente uma horrorosa carnifiCina. Já então esta administração estava convenientemente protegida pelos colonos espanhóes a maioria de nacionaes, conseguindo desse modo prender a todos os implicados, soltando em seguida os que não eram considerados cabecilhas.

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