Relatorio apresentado ao Sr. Secretario de obras publicas, terras e viação

Muitas culturas adaptaveis a este sólo são ultimamente objecto de exploração dos colonos. porém o campo ag-ricola ainda permanece sob a acção de processos mui rudimentares. A não serem os colonos hespanhoes que moram nas cercanias da séde e que lavram o terreno conscienciosamente, estrumando o afim de restituir ás plantas os elementos essenciaes de sua constitmção e desenvolvimento, todos os outros se limitam a aproveitar a fertilidade inicial do sólo. sem dar um só passo para a cultura aperfeiçoada. Devo dizer-vos que, pelo lado dn systema de cultura adoptado, ainda ha muita def-iciencia fundame ntal. por isso mesmo que circu mstan– cias diversas ainda não permittiram o emprego dos processos e ins– trumentos exigidos pela lavrmra em sua phase moderna. A grande área actualmente cultivada offereceria uma producção mais avultada em quantidade e qLalidade, se fôsse preparada sob o in– fluxo de ·um methodo agrícola mais ncional. . A prodt1cção da colonia é constituída, em escala decrescente, pela mandioca de farinha, canna de assucar, tabaco, milho, arroz, feijão, café, cacáu, . batata e uma grande variedade de hor.taliças. - A cultura da 'videira começou a ser explorada; porém não tem dado resultado satisfatorio. por falta talvez, da applicação de processos scien tificos. Desconhecendo os princípios de vegetabilidade do nosso sólo, assim como as condições essenciaes do desenvolvimento da videira ne~te clima, os colonos que exploram essa cultura, attribuem á inapti– dão do terreno a que de facto res ulta da insufficiencia de estrumação e da má escolha dos typos adaptaveis. DeviJo á iniciativa de 3-lg uns colonos naci(lnaes, a cultura do café e da maniçoba vae tomando algum incremento. . Ha grande animação para d esenvolver se a cultura do algodo– eiro, o que realm1:nte trará maior prosperidade a este nucleo, em cujos terrenos essa planta encontra, superabundancia de princípios vi– taes. E' de presumir que esta zona, se ndo, como se sabe, eminen– temente apropriada á vegetação do algodoeiro, possa, senão no fim do anno fluente. ao menos em poucos annos. fecundar com os productos dessa renascente cultura o comme rcio e a s industrias paraense~. A producção do arroz tem augmentado consicl e ravelrnent~ com a colo - nisação cearense, não pode ndo, comtudo, attin o-ir a grandes propor· ·· çõcs, pela· fal~a dos machinismos descascadore s. 1::, _ sólo. A colheta do milho e do feijão não corresponde á fertilidade do A mandioca, que na safra actual póde produzir cem mil alquei'– res· de farinha, na proxima atting irá talvez o dobro. Existem quarenta e um fornos introduzidos pelo governo e al– guns mais por colonos, para a fabricação d' esse producto, conforme diz o quadro n. 2. ' Em condições tão favorà.veis, com abundancia de materia prill}q e facilidade de elaboração, o lavrador não tira, no entanto, em vista da

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