Relatorio apresentado ao governador do Estado por Manoel Baena: secretario do governo em fevereiro de 1895
--170--' nullidade e criticas continuas farpearam cruelmente a Dire– ctoria Geral de Estatistica Federal. «Isto foi-me uma proveitosa licção quando pensei em · executar o censo entre nós, sob minha immediata direcção e respofü:mbilidade. Estavam-me sempre presentes ao espírito n'uma suggestiva nitidez as dua.s tentativas de recenceamento differentemente ordenadas e por isso mesmo diversas em seus effeitos. Da reflexão sobre os dous factos era facil con– cluir que ·si o recenceamento de 1872 produzia resultado, marcando um ponto preciso na histo.ria do povoamento do paiz, foi simplesmente porque a sua forma se coadunava com os costumes da população : foi mais simples e mais comprehensivo, suas exigencias foram mais restrictas e por- tanto mais faceis de satisfazerem-se. ,. «E o plano a adaptar surgia naturalmente e impunha-se na evidencia de suas grandes linhas. «Convinha ser simples f claro. Na ausencia completa de dados seguros sobre a população e todas as outras condições demographicas devida á antiguidade do recenceamento de 1872 e ao desastre do recenceamento de 1890 qualquer tra– balho que habilitasse a administração a fornecer dados se– guros sobre as modalidades principaes da população, como sejam o numero, a distripuição por municipios, a designação por sexo, seria de innegavel utilidade, tornando possível a resolução de questões que exigem forçosamente esses ele– mentos demographicos. A estatistica encontraria n'esse tra– balho a sua condição mais. geral, a sua principal base, o ter– mo obrigado de todas as comparações que o estudo dos va– rias aspectos da sociedade póde provocar. «Dada a importancia capital e indiscutida do censo no mechanismo da governança publica, todo o esforço d'esta repartição deveria ser empregado de modo que, harmonisan– do-se o melhor possiv~l com os costumes elo povo, podesse colher um resultado ut.il, e~pecialrnente quando já tinhamas _para exemplo as duas tentativas apontadas. "Na.o era questão ele fazer propaganda ela estatistica, n~m ele provar-lhe a excellencia e a utilidade, na.o era ,tM pouco, occasin.o de fazer praça de applicações scientificas ao estudo da população ; a tart)fa apresentava-se mais simples e mais modesta, porém, incomparavelmente mais util desde
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