Relatório com que o excellentissimo senhor presidente da Província Dr. Pedro Leão Vellozo passou a administração da mesma ao excellentissimo senhor 1° vice - presidente Barão do Arary, no dia 9 de abril de 1867. Pará: Typ. Frederico Rhossard, 1867. 36 p.

Tomando conta da administração, se não me senti com forças para 'tanto quanto emprehendeu o sr. Couto de Magalhães, é certo que -considerei-me obrigado a insistir na obra começada. Procurei regularisar a empresa, expedindo instrucções aos dous ,engenheiros encarregados della, as que se resumiam no pensamento ·de tentar á todo o transe vencf1° its'ua6eiras no momento de maior -elevação das aguas. . . . . . Daqui partindo_os engenheiros, voltaram no vapor Pará que aqui está desde o dia 6 do corrente, e o chefe da empresa Antonio Jo~quim de Oliveira Campos, dando:-me conta do resultado de sua commissão, se exprime nos seguintes ter~os: « Belém do Pará, em 7 d'e abril de 1861.-Illm. 0 e éxm. 0 sr.--Te– ·nho a honra de levar ao conhecimento de v. exc. que hontem ás 7 ho– ras da noite, fundeou neste porto o vapor Pará que desde maio do -anno passado se achava en!- commissão de exploração no alto Tocan– tins. O vapor este anno tinha de proseguir a sua viagem e transpôí· assim as cac 1 1oeiras de Itaboca, abaixo das quaes se achava fundeado desde o mez de maio passado; tendo, porém, a enchente do rio Tocan– tiris_sido demasiadamente pequena, resultou d'ahi a impossibilidade ·absoluta de transpormos as cachoeiras da Itaboca. . « O anno passado, quando se achava á frente da commissãó o exm. ex-presidente desta província, dr. Couto de Magalhães, e gu·ando en– tão as agnas .do-To1'.a.nt.ins est2va-IB.~e 50 palmos mais dó que as ~ctua~s..,_ deixou-sa._d; effei,tuar à passas-em do vapor, pois que mesme-ruIBiw ellas já eram 1nsufficientes para isso. . « Todo nosso empenho era vermos se este anno podiamos transpôr, Mmo v. exc. tanto desejava, as formidaveis ca-0hoeiras da Itaboca, e continuarmos a exploração dos rios .Tocantins e Araguay, eni cujo serviço se empregava o vapor Pará: não nos foi isso possivel pela ponderavel causa que já apresentei á v. exc. « Não se deve concluir de maneira nenhuma que a passagem dô vapor pelas cachoeiras da Itaboca é um pt oblema impossível; :hão: para effectual-a é bastante que o Tocantins apresente úma enchente como a do anno passado, e que os trabalhos de desobstrucção do des– vio denominado Arrependido, que já se acham bastante adiantados, estejam concluidos. _ « O Tocantins este anno, além de ter tido uma enchente mui pe.;. quena, começou a vasar muito cedo e assim com dous dias ·mais de demora na Itaboca, não teríamos nem ao menos podido effectuar á descida do vapor, que foi confiado ao me 1 lior pratico que actuálmente possue o Tocantins: em 3 i /2 horas percÔI ·ernr: e passamos a parte do rio comprehendida entre Itaboca e .:;,>pãiuna-quára (30 leguas pouco mais ou menos) que é toda ella 0 1 ~·uida tambem por cachoei..: ras :·vinha o vapor durante esta passatem, á i/4 de força. » . · Se, com o diz o engenheiro, a passagem do vapor pelas cachoeiras da Itaboca não é um problema de resoru.:)i.o impossivel, é evidente que a grande idéa não deve ser abandonada, e eü ordenaria a conti– nuação, com actividade, da desobstrucçã.o desse canal ou desvio de que trata o engenheiro; v. exc. determinará, potém, o que mrlhór lhe pàrecer. •

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