Relatório apresentado ao Governo do Estado Exm° Sr° Dr. Augusto Montenegro pelo Dr. José Paes de Carvalho ao deixar a administração em 1° de fevereiro de 1901. Belém: Imprensa Official, 1901. 123 p.

r -53- Nesta capital foi ha poucos dias inslallado o grupo esco– _lar José Verissimo em predio construido segundo · todas as exigencias da hygiene e da pedagogia. Este instituto de ensino primario, primeiro que se ergue .nesta capital, está destinado a marcar urna epocha de pro– funda modificaçao no plano geral da nossa instrucçãl, official, .e o empenho com qye professores e alumnos buscaram-n'o para campo de suas ~tividades, denota o enthusia.,mo que na ·nossa população está despertando esta remodelação imposta aos velhos moldes no nosso ensino primario. E' minha opinião que, assim o pcrmittam as nossas ren– das, as conslrucçôrs escolares nesta capital de,,em prose– 'guir, pois é este o meio unico de que dispomos para dar ao nosso ensino primario as condições de vida de que elle ca– rece. O vosso elev::tclo c:riterio administrativo saberá apreciar as vantagens res1Íllanles destes grupos e alcançará facil– mente o lucro que o Estado auferirá no dia em ,que puder extinguir todas as escolas isoladas desta c:apital creando gru– pos escolares em lodos os seus districtos. A reforma de 2 de Janeiro, considerando dois gráos no ensino primario, creou escolas elementares e complemen– tares. E' necessario, porém, notar que as escolas comple– mentares têm tido suas matriculas tão reduzidas que nno compensam os dispendios realizados com a sua manuten– ção. Como medida economica penso que seria de vantagens reduzir-=-lhes o numero, deixando nesta capital, até que sejam organisados os grupos escolares, apenas uma escola completar mixta em cada districto. No interior, segundo me parece, o ensino coinplemenlar só deve ser dado nos grupos escolares. o A fiscalisação escolar que foi amplamente estabekcida na reforma de 2 de ,Janeiro de accôrdo com o pensamento da lei que a auctorizou, não tem apresentado os resultados que a sua creação p-romettia. Seja porque a vastidão do lerritorio do Estado e a ·disse– minaç1lo das nossas escolas tornem difficil a inspecção sem dispôr esse serviço de um pessoal numerosissimo, seja por– que não possuimos~essoal competente e disposto para a dif-

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