Relatório apresentado ao Governo do Estado Exm° Sr° Dr. Augusto Montenegro pelo Dr. José Paes de Carvalho ao deixar a administração em 1° de fevereiro de 1901. Belém: Imprensa Official, 1901. 123 p.
-32- de um lado os gov1.m10s, que süo impchídos pela snppos la tarefa de salvação publica, considcra1n rnrno obras suas e111 absoluto todos os ,;esultados favoraveis de sua tufrla e de seus paternaes cuidados, por outro lado as populações habi– turdas áquella tutela altribucm ao fonccionalismo a culpa de todos os accidentes e transtornos da vida eccnomica , de lo– das as crises e calamidades. Ning-uem lc111 a hornbridade de confessar-se culpado de seus proiJrios . 1 11ales. Eis a razão por que os direitos e deveres publicas perITÚmecern em constante estado de perplexidad€". Bem cabiveis são as considerações do eminente profes– sor da Acad0rnia qe Munich , quandc_) se recordam as phases diversas por que nas differentes epochas tem passado a ques– tão do abastecimento d'agua. Não é longo o periodo deeorri– do de quando foi lançadn a primeira t entalirn para a inicia– ção do srrviço para que os fados tenham ficado esquecidos . Lembram-se lodos ainda do qu e for:rn1 esses prillleiros ensaios, dns rlifficuldades ingentes que surgiram á organisa– çflo ela empresa, elo retrahim ento manifestado para a consti – tuição de capital, elos esforços desenvolvidos paia a r xecuçrto elos trabalhos em conformidade das modestas conrlicões da empresa, da luda tfmnz contra os preconceitos anteri~res 1 da marcha ascendente e progressiva que veio remunerat· . esses mesmos esforços . Ninguern ignora que, forçadam ente diminutos os capita es / primilivos, mais compensadores se tornaram os lucros pos- teriores produziclos pelo a ugmenlo success ivo do aliasleei- ,. nwn!o. Assegurados esses lucros exlraordinarios, e altingido o consumo rnaximo eompa.Liv e l eorn o materi al rlisponi vel, o aug111enlo do abas letimento só pod eri a ser obtido pela pa r- t:ial substituição do nialerinl , e con sequentement e pe lo ac- crescirno do capital gerando a diminui ção el os inte resses. Não era licito exigir a uma empresa o sacrifi t:io dos pro– prios interesses: mas a grita contra elia hav ia já engrossado e era a salvaçã ubli ca a bandeira al çada para reclamar os paternaes cuidados do governo. Se o silencio e n inclifferença ha,,iam pr esidid o á organi – sação da empresa , o darn c t· cl escornpassaclo teri a cie derru– bai-a. a1tingida a prospNicl ade. As exigenci,1s que llw forn111 feitas para 011wllwramenlo 1 do abasletimenlo sentiu -se ella sem fo rças de sati sfazel-as : ' ~ a isso oppunha-se principalmente o material de que dis- 1 punha.
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