Relatório apresentado ao Governo do Estado Exm° Sr° Dr. Augusto Montenegro pelo Dr. José Paes de Carvalho ao deixar a administração em 1° de fevereiro de 1901. Belém: Imprensa Official, 1901. 123 p.

-18- pedir emprestado para pngar a funccionarios. Assim sendo, dada a climinuição dos nossos recursos normaes, a reforma da administração se impõe. Dessa 1 1 eforma rfoplo benejicio colheremos ; não só o serviço melhorará, corno o appare– lho da administração ficará mais barato. Na rea lisação destas medidas, que a superveniencia ela crise nos ultimas mezes do r:ieu governo impecliu-rne de levar a cabo, o poder publico deve ser implacavPl. Está na lealdade c~-,-~ fôr feita are– forma administ.rntiva um do3 principaes ekmentos constitu– livos elo nosso credito. Por outro lado, esse credito ganhará muito se o Congres– so Estadual votar um orçamento realmente amoldado ás necessidades do serviço. Dotar os serviços com aquillo que elles realmente despen– dem, supprimir tudo quanto fôr inutil e adi:wel, viver emfirn normalmente dentro dos recursos reaes, fiscalisat' as despesas por meio ele instituições como o Tribunal de Contas, cujo es– tahelecimento venho desde muito preconisanclo, são outros tantos meios com que consolidaremos as nossas finanças que vão-se rnantendo,graças unicamente á previd0nte medida que estabeleceu a base de mil reis de 27 dinheiros para grande parte de nossas despesas. Ao que \' OU dizendo, deve-se accrescentar doi s serviços sem os quaes o futuro não ficará salvagu;irdado: um é de or– dem fiscal, e o outro de ordem economica. O primeiro refere-se á reforma do nos;:,o regirnen tribu– taria, assumpto que tem sido ohjecto de minhas continuas cogitações. O exame das causas da crise actual bem demons– tra os inconvenientes da taxa uni ca de exportação que pos– suimos; excellente nas epochas de prosperidades, não resiste aos primeiros embates da crise, de modo que o Estado fic:;i, sem outros elementos fiscaes em que se possa estribar. Tenbo sempre falado . no imposto territorial, e mais do que nunca penso na necessidade de estabelecel-o, para que se criem na nossa lei de faz-e nela os necessarios e imprescindi.-eis con– trapesos. Bem conheço as clifficuldades inb erentes ao seu estabelecimento, mas é preciso perseverar, se é que devemos tirar dos factos actuaes os ensinamentos uteis e proveitosos que elles encerram. O grande serviço economico a que acima me referi diz respeito á exploração do nosso solo. Temos temerariamente levado a solo extranho os nossos capitaes, a nossa acti.-idade e o nosso trabalho, sem nos lembrarmos que grande parte elo

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