Relatório apresentado à Assembleia Legislativa Provincial na segunda sessão da 17ª legislatura pelo Dr. Abel Graça Presidente da Província em 15 de agosto de 1871. Pará: Typ. do Diário do Gram - Pará, 1871. 71 p.

• ( 53 ) fazendas, não permittindo , uma e outra causa, fazer-se o transporte i·egular dos bois necessarios ao consummo da capi– ta1. Crescendo de dia em dia a falta de carne e subindo cada vez mais o seu preço, dirigio-se o meu antecessor ao capitão Francisco Bezerra de J\foraes Rocha residente em Soure e autorisou-o para tirar das fazendas nacionaes o gado que fosse possível, e transporta-lo a esta capital, indenmisando-o das despezas- que fizes se . Assim se fez e alguns bois vieram que forarn talhados, G vendida a carne a 500 réis o kilo– gramma. Estavam as cousas n'este estado, quari_do tomei as redeas da administração. Procurei sem demora tomar providencias a respeito; tive diYersas conferencias com o inspector da thesouraria de fazenda, e afinal resolvi acceitar uma pro– posta que elle me apresentou dos negociantes Penna & Filhos, para transporte de gado das fazendas nacionaes, sem onus algum para a proyincia, como vereis do officio abaixo trans– cripto: cc4.' SEcçXo.-Palacio do Go.-ern0 do Pará, 27 de julho de 1871.– Illm. sr.-Accuso recebido o officio de v. s., de hontem datado, acompa– nhamlo a proposta de Penna & Filhos, que se encarregão de tirar da fazenda nacional Arary o gado preciso em turmas não maiores de 200 nem menoros de 100 cabw;as, e de Yenderem a carne em seus talhos á rasão de 500 réis por kilogramma, obrigando- se á faz8rem todo o traba– lho do campo e transporte do gado, mediante a indemnisação de dez mil réis por cada boi posto no curro . Em resposta ao dito officio tenho á dizer á v. s. que, parecendo-me :;i. proposta vantajosa, merece ella minha approvação; devendo, porém, toda a de8pesa de dez mil réis pelo transporte de cada boi, correr por conta da fazenda geral, e- não metade, como v. s. indica, para que os cofres pro– vinciaes pl'tguem a outra metade. Achando-se a provincia em uma crise, que assusta a população, lu– tando com a febre amarella e com a extrema carestia dos generos alimen– . ticios, to'.la a despesa que em beneficio da mesma população se fizer, deve . correr pelos cofres geraes, que têem obrigação de auxiliar as provincias e localidac1es nas crises porque passarem; accrescendo mais que, estando os cofres provinciaes onerados de clespezas, que devem indispensavelmen– te satisfazer, não poderão sem penoso sacrificio acarretar com mais e~ses onus. E ' certo, como v. s. diz, r1ue o gada d:i. faz~nda na~ional, _posto hoje @m pé á concurrencia dos marchantes, poderá salrnr mmto mais do que salvará. acceitanclo-se a referida proposta e ac~rretando a fazenda com o pagamento do transporte do gado; mas é tambem cert_o que a faze~da não devendo especular na epocha que atravessamos: cheia de penosas chf-

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