PARÁ. Secretaria do Governo do Estado. Relatório apresentado ao governado do estado pelo secretario Manoel Baena em janeiro de 1897. Pará: Typ. do Diário Official, 1897. 288 p.

-89- Referindo-se ao deficit entre a receita e a despesa do anno passado, assim se expressa o rlirector da estrada : Em meu relatorio anterior tive occasião de affirmar que o desenvolvimento do trafego ia extirpando e d,jicit, que estaria re– duzido, se a depressão do cambio n,io inflt1isse tão fortemente nas importancias das verbas da despcza. Actualmcnte, folgo em reconhecer r1ue o traf<Jgo tendo aug– m2ntado no periodo do anno findo, ftez des:1pp1r0cc1r o dPflcit, pois tanto importa affirmar que a diffenmça accu,ada cntrJ a receita e a despesa no b:1lanço d'esta estrada, é puramente adventicia e tra– duz-se por differenças cambiaes; o que é facil reconh3ct-!r-se, desle que se attenda que o pagamento do pessoal e do material indispen– saveis para oa diversos srrviços da estra::la, effectua'.los ao cambio de 8 e de 9, em quanto que as remunJraçõ JS pelos trrnsportes de passageiros e de mercadorias, que constituem a receita são cobra– dos á rasão do 1.nmbio de 27, pois foram conscrvad,\s as antigas tarifas. Se esta pequena estrada tivesse dcsle logo atravessado uma zona agriculada ou fusse como a de Santos á ,Jundiahy, que serve o unico porto commercial do K,tado t!e S. Paulo, ou como a Cen– tral do Brazil, que, rornpend,J a in~ranu barr-,ira da S:,rra do Mar, traz ao porto do Rio de Jan ,•iro um grand0 comnurcio est,abcleci– do em diversos l~stados da U niiío, clla j ,í teria tonndo effecti vo o equilibrio do seu orçamento, senlo offerJcesse per~nne fonte d~ re– ceita, attenta a economia de seu trdf~go, comprovada com os dad•)S estati;,ticos da despeza. Entret:mto duas providencias poderiam ser lembr,1das para o equilíbrio eff.:ctivo da receita com a d('sp3,a e a remuneração dos clpitaes da eonstnwção: uma , relativa ao povo:unento da z rn:t. pó ie ser reitlisada hoje , que está estabelecida uma corrente de immigração para este li:s– tado; outra seria a elevação ãas t:1rifa~, mas, attcnta a n1turesa dos product0s transportados, que não podem supportar tarifas altas, talvez fizc,se arrefecer o trafego, importando em manifesta injus– tiça, se attender-se que concorre o J,Jstado com pesadas rnbven– ções para linhas particulares de nave;.:ação que, admittida a thcoria do livre cambio, deveriam ser adminiBtnvlas por conta e risco das mesmas empresas, ACCIDENTES Além de alguns dcscarrilharnentos sem maior irnportancia, geralmente dadJs em carros de carga, dois accidcntrs lamentaveis occorreram no anuo findo, occasionando a morte do estacionario de S. u3raz e li de um breachist\. O primeiro puramente c'lsual, deu-se

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