PARÁ. Secretaria do Governo do Estado. Relatório apresentado ao governado do estado pelo secretario Manoel Baena em janeiro de 1897. Pará: Typ. do Diário Official, 1897. 288 p.

-117- O quarto alinhamento, em rumo de 10º S. quasi igual ao primeiro rumo traçado, atravessou successivamente nas estacas 5670, 6060, e 65-!0 m. tres igarapés confluentes do Piranga, os quacs foram dtvidamente explorados; na estaca 6880 m. transpoz o Piranga e finalmente na estaca 9-!10 m. tornou a cor– tar o mesmo Piranga projectando-se de novo pelos terrenos da margem direita d'esse igarapé. Era impo,sivel continuar com semelhante traçado, em con– dições tão desvantajosas para uma estrada de rodagem. Na extensão de 3730m, a estrada teria de transpor cinco pontes, cada qual mais dispendiosa, não tanto pelos vão,; que nil.o excederrnm a 30"', na de maior lance, mas pelas grandes alturas pois, que todos os carregos encontrados, seccos no verão e de margens escnbrosas, avolumam-se no inverno, e são, em geral, cir– cumdados de igapós que exigiam grandes aterros que teriam de ser feitos por imprestimos, tanto mais dispendiosos quanto difficil o transporte das terras. N'estas condições procur-,i dar dcsemolvimento á linha e n'esse sentido explorei duas variantes, uma a partir da estaca 55:-l0m. do traçado, com a declinação esquerda de -!0° e por con– seguinte em rumo de 30° E; e outra da estaca 4520m, com a de– clinação, tambem esquerda, de 50° e em rumo, portanto, de -!0° E. Ambas estas variantes, a primeira com 2 kilometros+ 150m de extensão, e a segunda 2 kilometros+-!00m, atravessaram, nas mesmas condiçõe~ favcraveis, os confluentes do Piranga que o tra– çado primitivo cortára ; como verificareis na planta dos terrenos explorado,, que levantei, n:lo como se faz geralmente na escala de 1:-!000, mas na escala de 1:20.000 sufficiente para o conhecimen– to da zona explorada. Portanto, em nada molhoráda o traçado, considerado espe– cialmente quanto ás condições economicas da construccão da estra– da projectada. Convenci-me, finalmente, de que, nem mesmo com grande desenvolvimento da linha a sobrecarregar o orçamento da con– strucção da estrada, e a pezar perennemente sobre os fretes de transp• rte quando em trafego, o projecto da estrada do Piranga a Buburé s ·ria exequivel, nas condições de uma estr 1da de rodagem e~tadual 1nh marc!em direita do Alto Tapajós. NATUREZA DO T~_mRENO A zona atravessada pela linha de exploração é absolutamente despovoada e coberta completamente de mattas virgens, abundan– tes de excellentes madeiras de construcção. No verão, epocha da exploração, ha muita falta d'agua e esta foi uma das grandes dif– ficuJdadcs com q,ie enfrentou a turma exploradora.

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