PARÁ. Secretaria do Governo do Estado. Relatório apresentado ao governado do estado pelo secretario Manoel Baena em janeiro de 1897. Pará: Typ. do Diário Official, 1897. 288 p.

-114- margem direita do Tapajós, conforme determina a lei, e a con– sequente vantagem de projectar-se a estrada pela margem es– querda. No livro da correspondencia do referido Engenheiro, de;:iarei com o officio, n. 21, de 6 de Julho de 1895, no qual vos com– municava que ((desanimado, retir:ira-se nesse dia e smpendera os trabalhos da exploraç-ão, por ter reconhecido que o ponto de partida no Piranga e suas immediações cu completamente irri– sorio; e que se dirigiria no dia seguinte para Guyana a explora– ral-a, passando-se d'ali para Bella Vist,i com igual fim,,, Este officio não sei se chegou ás vossas mãos. E' estas declarações que me pareceram categoricas e que vi– nham corroborar a opinião que eu formara, e deixara expressa no relatorio dos trabalhos da commi;;são, de que foi encarregado em 1877, no alto Tapajós por conta do ministerio d'agricultura, a cerca da conveniencia da ab~rtura de uma Pstrada de rodag~m pela margem esquerda do Tapajós, com o fim da salvar a primeira secção encachoeirada d'aquelle rio, collocaram-me em situação em– baraçosa quanto ao ponto inicial da <'strada em exploração. Com effeito, de um lado eu rstava em presença do juízo do engenheiro, G. Trepper que, apóz estudo, realisados no terreno, vinha declarar que o Pirang·1, como ponto de partida da estrada, era completamente irrisorio; de outro lado eu tinha a designar terminantemente aquelle ponto para inicio da estrada, a lei, de cuja sabedoria não é licito duvidar-se, que eu não estava autorisa– do a contrariar. Em tal contingencia, resolvi começar os estudos pele exame dos pontos indicados pelo engenheiro 'frepper e com esse fim segui em canôa, rio acima, com o pLssoal da turma, que conseguira organisar. Facil me foi verificar que, sendo a Goyana uma ilha, de for– ma alguma estava nas condições de ser lembrada sequer para pon– to de partida de uma estrada de rodagem. Dirigi me então pwa Bell.1 Vista, barranca ú margem direita onde existe um estabelerimento commercial de propriedade parti– cular, quasi em frente da entrad-1 da cachoeira Maranhão-Zinho. Este lugar pareceu-me, tL si nples vista, mais conveniente do que o Piranga para ponto inieial da exploração. Infelizmente, porém, u exame do terreno convenceu-me do contrario; porque, a pezar de offerecer um porto de facil accesso, a barranca é contornada de terras baixas e alagadiças, que se pro– longam por detraz na extensão de mais de uma legua, o que exigi– ria aterros enormes, em que seriam despendidas sommas avultadas. Assim, pois, não satisfariam as condições indispensaveis para ponto de partida da estrada, nem Goyana, nem Balia-Vista, luga– res indicados pelo engenheiro Trepper, de cujos trabathos niío en– contrei apontamentos, memorias, mappas, nem caternetas de cam-

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