Relatório com que o excellentissimo senhor presidente da provincia Conselheiro José Bento da Cunha Figueiredo entregou a administração da Provincia do Gram - Pará ao excellentissimo Senhor 2° vice - presidente Coronel Miguel Antonio Pinto Guimarães em 16 de maio de 1869. Pará: Typographia do Diario do Grama - Pará, 1869. 60 p.
( 5 ) I~STRUCÇi\O PUBLICJl-HELHORAIIE~TOS )!OBAES.-.: Confess·o a ~- exc. que sem olvidar um só momento o grandiosíssimo valor da instrucção publica em relação á vida e prosperidade de toda e qualquer: so• ciedade civil, não pude infelizmente applicar a este ramo do serviço publico to– da a attenção, de que elle é credor perante o dever de consci_encia. A quadra eleitoral, que, ainda não sendo vertiginos-a, põe em desassocego, e traz em multiplicadas interrupções. o espírito do administrador, não consen– t io-me.investigar miúdamente e remediar todas as necessidades reaes do ensino, . afim de podei-o favorecer bem, como eu desejava ardentemente. Fiz porém o que me era possivel fazer. · · Reconhecendo a urgencia de dar melhor direcção aos trabalhos do collegio de N. S. do .Ampàro, expedi um regulamento, que acha-se já em Yia de execu– ção, tendo antes mandado repara·r é prover a casa de todos os utensis necessa– rios _pa1:a que as educandas podessem viv6r com decencia e bons alimentos. Muito espero da sufficiencia dos actu&es administradores o dr. João Lourenço Paes de Souza e major Joaquim Victorino de Souza Cabral. A actual regente, que reputo matrona honesta e de boa vontade, necessita, de forças mais robustas para poder dar conta de um estabelecimento, que se fôr bem servido de pessoal docelfte, como acha-se bem dotado de recursos , pela munificencia da assembléa provincial, poderá vir a ser um dos asilos de edu– cação mais notaveis do imperio. Ligo a maior importancia á capacidade pro– fissional e estou longe de pensar que a do collegio do Amparo seja actualmente a mais satisfactoria; podendo sel-o para o futuro , se as vistas da administração nao cessarem de mirai-o. '.No e0llegio E_araense fazia-se tambem sentir a necessidade de algumas refor– mas, já e ia muito autorisadas pelo art. 2. 0 da lei provincial n.º 465 de 4 de novembro de Bem que me não sobrasse tempo sufficiente para meditar bem sobre o plano d'essas reformas, julguei necessario abordai-as ainda que im– perfeitamente. E por tanto ex edi o re ·ulamento d 2 do corrente, que tem de en trar em execução, sendo já contemplada-s e proYidas a-s cadeiras de P.hisica e thecnologin. creadas p ela lei n.º 564 de l Q__de outubro do anuo proximo P.as- ado. No dia 30 de abril findo e:ffectuou-se a mudança do dito collegio, do conven-, to do Carmo pai'a o novo edificio da pra<>a do quartel do corpo de artilheria des- tacado . -- Tanto os alt1mnos, como os lentes do collegio Paraense estarão mais satis– feitos, achando-se installados sob um teqto mais limpo e decente, e que tornar- ~ se-ha mais espaçoso e commodo quando fôr d'elle removido o recinto e servi o ~,. d'assembléa rovincial. Não fui autorisado para reformar a instrucçao publica, e nem dezejava sel-o, senão depois que eu tivesse apresentado á assernbléa. provincial o complexo de minhas vistas sobre assumpto de tamanha magnitude. No entretanto devo des– de já declarar que retiro-me penalisado de não ter podidQ remediar as irregulari– dades, que tenho descoberto, tanto no fo rmal e scientifi.co , como mesmo no pes– soal e material da instrucção publica, :principalmente !l primaria. Sem dm·ida– que este obj ecto merecerá a attenção de v. exc. F elizmente considero bem occupadas as cadeiras de instrucção secundaria , assim como o lugar de director da instrucção publica. Um pouco mais de as– siduidade nas prelecções e de disciplina no trato escolastico podem fazer do col– legio paraense uma escola respeitavel, que inspire bastante confiança aos paes de fami lia para dispensai-os de mandarem seos fil hos mendigar , por boa despe -
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0