Relatório com que o excellentissimo senhor presidente da provincia Conselheiro José Bento da Cunha Figueiredo entregou a administração da Provincia do Gram - Pará ao excellentissimo Senhor 2° vice - presidente Coronel Miguel Antonio Pinto Guimarães em 16 de maio de 1869. Pará: Typographia do Diario do Grama - Pará, 1869. 60 p.
--28- Uma das medidas, que julguei util adoptar; foi marginar ele um caes espaçoso toda a rua, que se-prolonga á direita· e á esquerda da Alfandega , na qi.:al se faz todo o embarque e desembarque das mercadorias. A falta de uma semelliante obra, com as accornmodações necessarias, dá lugar a frequentes ' prejuizos p-ela avai·ia elos' generos, que 1 ele- necessidade, ficão expostos ao rigor das estações, em quanto' se emb'arcão, ou recolhem aos depositos in'- sufficientes da Alfandega. . . Projectei levar ao cabo es'te methoramento, concedendo por aforamento a cada nego– ciante, que quizesse edificar, um lote· d.os terrenos, que se devem obter pelo aterro, e por algum tempo nutri o pensamento ele que, á expensa d'elles, poderia obter para a Alfa11dega d'esta Capitaluma ponte· sufficiente para embarque · e desembarque de mercadorias, fazendo da construcção d.essa obra uma condição ela acquisição elos terrenos indicados. Hcde porem estou convencido d.e que não será possível conseguil-o, e acredito já ter adiantado muito achando capitalistas, que queirão emprehend.er os aterros, preparando á sua custa o novo caes, mediante a concessão d'esses terrenos, em que têm de edificar pontes de desembarque, armazens, d'onde resultará nã<J pequeno interesse á Fazenda Publica. Resta pois pedir a V. Exc. se sirva auxiliar- me n'este empenho, autorisanclo-me a despender por conta d'esse l\1inisterio os capitães, que são de mister prira realisar a ponte d'Alfandega, obra essa, cuja necessidade não devo encarecer a V. Exc., apoz tão repetidas informações que meos antecessores teem ministrado a essa secretaria. A falta de uma ponte para carga e descarga, onde possão atracar os navios, e de te– lheiros ·para abrigo das mercadorias, antes de terem entrada na Alfandega, é causa de muitas clespezas e de frequentes prejuízos para o commercio, difficulta a policia elo porto, embaraça e retarda os despachos, finalmente occasiona perdas para a Fazenda e clespezas, parte das quaes se poderia cortar. Para obviar tamanhos inconvenientes a ponte indicada é de uma necessidade inclecli– navel, e nem será tão dispendiosa que não se possa obter actualmente, embora as urgencias do Thesouro Nacional, sobre tudo se se attender que vão em progressivo augmento as ren– das da Alfandega ele Belem e uma obra de tamànha importancia se p óde obter por partes e de maneira que desde logo, vá prestando uma certa utilidade, seguindo-se mais ou menos o plano, da que mandou construir par3, o seo trafego a Companhia de :Xavegação do Ama– zonas. Concluindo, ouso declarar que, se V. E:s:c. mandar abrir um credito para essa obra na importancia de cincoenta contos de réis, poderá ser ella realisada, senão completamente, em condições ao menos de prestar mui bons serviços, e ir recebendo os melhoramentos e accres– cimos que se devão fazer, até sua conclusão final.-Deus Guarde a V. Exc.--Illm. e Exm. Sr. Conselheiro VisGoncle de Itaborahy, l\Iinistro e Secretario d'E stado dos Negocios da Fa– zencla.- José B ento da Cunha Figuefredo.-Conforme.-0 Official-maior, Antonio dos Pas– sos Miranda. Copia.--4.ª SEcçXo.-N.º 5.-Palacio do Governo elo Pará 27 de Janeiro de 1869.– Illm. e E xm. Sr.-Tendo sempre em vista as sabias recommenclações ele V. Exc., o no empenho de dar o maior desenvolvimento ao commercio desta Província , tenho prestado toda a attenção ao serviço das Alfandegas, procurando verificar se elle está organisado do modo mais conveniente, nas duas Províncias do Pará e elo Amazonas, tão e~treirnmente ligadas. Visitei a Alfandega desta Capital, e levando em minha companhia seo mui zeloso ins º pector examinei a que ultimamente se inaugurou na Cidade de Crunetá. Parecendo-me que não ficar á preenchido o fim, que te, e em mira o Governo, creando, pelo Decreto de pl de Julho '7, as einco álfandegas de Cametá, Saritarem, Botba -S:--Paulo de Ôlivença e 1Ianáos, procurei firmar minhas ob;;errnções, consultando sobre est~ materia as repartições fiscaes e as pessoas mais competentes para emittirem um juizo seguro. Cheguei a persuasão de que das cincó indica.das .á.líanclegas a de l\fanáos sómente- está no caso de ser organisacla,. A de Cametá me parece dever ser extincta, e bem assim as de Santarem e Olivença, sendo adiada a de Borba . - Virnio agora trazer á consideração ele V. Exc. as razões, que me levão a opinar neste sentido, nada mais tenho em vista; sériãb prestar um serviço, que me parece reclamado pelo commercio_ das duas Províncias, e pelas finanças ·elo Estado. ,;.
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