Relatório com que o excellentissimo senhor presidente da provincia Conselheiro José Bento da Cunha Figueiredo entregou a administração da Provincia do Gram - Pará ao excellentissimo Senhor 2° vice - presidente Coronel Miguel Antonio Pinto Guimarães em 16 de maio de 1869. Pará: Typographia do Diario do Grama - Pará, 1869. 60 p.

1 '. 13 ·Holla!lda, A. F. Wilson, W. Tappénbeck, Ignacio Leite de Campos, Antonio Dionizio Pe- · reira de Carvalho, Francisco Adolpho Eske Ferrari, Arthur de Souza Moreira, Francisco Roso Cardoso, Hermann Kalkman, Bernardo Antonio Antunes, Joaquim Luiz de Paiva, Francisco Antonio d'Aguiar e Silva; José Agostinho Carrera Guerra, Domingos José Fer– reira, ·vv. Brambeer, :Manoel José Ferreira de Mendonça, João Manoel Nunes, Feliciano de Souza e Azevedo, Bernardino de Castro Chaves, Luiz de La-Rocque, Antonio Soares Pinheiro, João Ribeiro d'Arede, e D. Barran. O sr. presidente expõe o motivo desta reunião e declara que, tendo sido a cominissão da Praça convidada pelo Exm.º Sr. Conselheiro, Presidente ela Província, para umr, confe– rencia, se dirigira a palacio em fins elo mez de Janeiro proximo passado. Nessa conferencia S. Exc. ª manifestou á commissão a necessidade que elle julga haver, de se construir um novo caes em frente ás ruas do Imperador e de Belém, afim de se fazer novos quartéirçies para edificação de armazens proprios para o commercio. A commissão, depois da exposi– ção de S. Exc. a, fez algumas observações, mostrando que talvez não houvessem preten– dentes para todos os terrenos; porém S. Exc. ª certificou á commissão que tinha grande nu– mero de requerimentos solicitando terrenos de marinha, e indicou mesmo o nome de alguns dos principaes capitalistas e negociantes desta praça, que se achão aqui presentes. A' vista desta declaração, a commissão da Praça disse que não podia dar immediatamente solução ao que S. Exc.ª propunha; que consultaria o commercio e os srs. capitalistas, a vêr a ma– neira de se poder realisar a obra projectada. S . Exc. ª concordou com as observações da commissão, e poucos dias depois mandou o o:fficio seguinte, que o sr. secretario vae lêr:-, Palacio do Governo, 30 de Janeiro de 1869. -4.ª secção.-Illms; Srs.-No desenvolvimento progressivo em que vae o commercio da Capital do Gram-Pará, é reconhecida por todos a estreiteza do ambito em que é actual– mente recolhido o grande volume de mercadorias, que do estrangeiro e do interior desta e outras províncias affiuem ao mercado desta Capital. A necessidade urgente de grandes ar– mazens e de um bom caes para receber, trapiches e espaçosas-pontes; a conveniencia de ter o commercio a sua Bolsa correspondente ás massas de suas importantes transacções, o alar– gamento e accrescentamento das ruas e das cazas, onde actualmente se acha concentrado todo o trafego commercial, tudo isto suggeriu-me a idéa de construir um grande e novo caes, com as dimensões que constão do plano junto; dimensões que dão Jogar a uma edifi– cação adaptada ás necessidades puramente commerciaes, que todos sentem. Os meios de chegar a este res1Iltado me parecem mui ob,ios e seguros. Dfrersas pessoas tccm solicitado com empenho terrenos de marinha além do caes actual. , As concessões parciaes e isoladas destes terrenos não podem deixar de estragar a perspectiva já arruinada do caes actual, desde que se deixar a arbítrio ou capricho dos con– cessionarios construirem edificações insignificantes, que apenas podem satisfazer o interesse privativo de um ou de outro individuo em detrimento das propriedades actuaes e sem pro– veito mais geral e mais largo ao commercio. As~im, pois, tenho deliberado não conceder taes terrenos senão a quem se comprometter a fazer o caes novo e seu competente aterro, segundo o plano indicado na planta que será devidamente approvada. A planta mostra quaes as ruas e quarteirões, em que eleve ser dividido o terreno resultante da factura do caes e aterro, sendo os quarteirões repartidos em lotes numerados segundo a planta. • Os que pretenderem terreno, tomarão os lotes que quizerem para se lhes dar titulo de aforamento com as condições acima, isto é, fazer o caes e aterrar. • Por conta dos concessionarios correrá. lambem a despeza dos aterros e caes·das traves– sas. Fica ao arbítrio dos concessionarios fazerem, nesses terrenos, armazens ou sobrado~, guardadas as regras das po~turas municipaes. Para que a obra do caes e aterro seja re– gularisada segundo o plano, os concessionarios poderão ajustar entre si o modo que lhe pa– recer mai! conveniente ácerca da ordem e condições do trabalho, assim como do tempo em que deve elle começar e 'acabar. O plano ou planta do caes e aterro ficará na thesolU'aria para se regular os aforamentos e suas condições. Na esperança de que estas idéas merece– r áõ a acqniescencia do commercio, levo -as á consideração da illustrada commissão da Pra– ça, afim de que ella, reunindo todos os negociantes seus collegas, submetia-as ao seu exa– me e me declarem se estão dispostos a emprehender a obra, de·rnndo logo propor-me quaes– quer modificações ou observações que lhes suggerir sua intelligencia e pratica, de tal sorte que se possa le,ar a effeito a idea. • Espero da patriotica commissão da Praça que, prestando-me um pouco mais de sua attenção, se sirva de incumbir-se deste assumpto qne me parece de inquestionavel utilidade

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