Relatório com que o excellentissimo senhor presidente da provincia Conselheiro José Bento da Cunha Figueiredo entregou a administração da Provincia do Gram - Pará ao excellentissimo Senhor 2° vice - presidente Coronel Miguel Antonio Pinto Guimarães em 16 de maio de 1869. Pará: Typographia do Diario do Grama - Pará, 1869. 60 p.

( 1 I ) lhe era possivel procurar, e não estou menos convencido de que dentro de mui poucos annos esta opulenta capital terá conseguido o mais importante melhora– mento, direi o primeiro na ordem dos que reclama o seu engrandecimento, 1·e– tardado sem duvida pelas más condições hygienicas, em que se acha, e pelo encarecimento espantoso de todos os meios de subsistencia. Em cumprimento das leis provinciaes ns. 562 e 563 mandei proceder aos or– çamentos e. planos das obras autorizadas para a freguezia do Mosqueiro, traba– lhos estes que, achando-se promptos, tiverão àe voltar á repartição de obras pu~ blicas, afim de ser ouvido sobre o plano da igreja o exm. sr. bispo diocesano, e bem assim para que fosse escolhido outro local, fóra do povoado, para a cons~ trncção do cemiterio, visto ser esta inteiramente inconveniente no que era indi~ cado, como informou o engenheiro encarregado dos respectivos exames, Tambem mandei pr,oceder aos estudos necessarios e levantar as plantas para a construcção das p0ntes nas cidades de Santarem e Obidos, como foi autorisa– do pela lei n. 576. Releva accrescentar que, por falta de concurrentes, teem deixado de ser ar– rematadas as obras da igreja de Melgaço, concertos da, da Vigia e do cemiterio, assim como a desobstrucção das docas do Reducto e do Ver-o-peso, achando-se no thesouro provincial os respectivos planos e orçamentos. COllillERCIO Eí\A.UEG!lÇ!íO OU HOllUIENTO COMJJERCl!lL. . Desde que pude reflectir sobre os negocios elo Gram-Pará, pareceo-me que em uma éra mui remota houve quem comprehendesse cabalmente a importancia d'esta provincia, e esse foi aquelle que mandou erguer duas obras tão notaveis como o palacio do governo e a cathedral, em uma região aliás que estava ainda despovoada. l\Iuitos annos se passarão antes que o progresso espantoso do valle amazonico, viesse h0je confirmar a previsão do estadista portuguez. Informar a v. exc. sobre o movimento do commercio desta província, desde a .inauguracão da comp.a · fillZQnas até este momento, seria fazer injustiça ao espirito obserrndor de um de seus melhore fillios . e repetir sem necessidade o que se achn. descripto nos ultimo relatorios do~ meus antecessores e nas me– morias dos sabios e curiosos,Cprn Iíao ,isitado o grande rio de mil tributarios, de mil braços, de mil foros, de mil lagos, de mil igarapés, todos elles regando ter– r enos de uma espantosa fertilidade e riquíssimos de mil prodttctos bosc·arejos. Limitar-me-hei, pois, a dizer poucas palavras sobre os melhoramentos, de que me pude occupar em relação mais ou merws remota aos interesses commerciaes. A.!fa~ufoga.-Quando visitei a alfandega reconheci o zelo de seo actual ins– pector, mas deplorei muito a falta de uma ponte de desembarque: vi}com meus proprios olhos a maneira penosa brusca e prejudicial, com que se recolhia as mercadorias, e não tardei em a,isai· de tudo ao O'o,erno imperial, pedindo-lhe houvesse de acudirá alfandega com uma ponte. documento n. 26. Vi tambem a n@cernidade indeclinavel de dar-lhe mai~ espaço mandando remover d'alli o arse– nal de gue.rra. Alfamfoga tle f:'minetá e oufras. -Quando visitei esta alfandega occorreo– me logo a sua actual inutilidade, ·e por isso representei sobre ella assim como so– bre as de Santarern, Borba e outras; o que v exc. verá no documento u. 27, sobre o qual hou...-e o governo imperial por bem de pro,idenciar pelo modo cons– tante do documento n. 28. A,•senal de gae1·1·a.-A respeito desta repartição officiei ao mesmo tempo aos exms. srs. miriish'os da fazenda e guerra, fazendo-lhes Yêr a urgencia de ser construido um edificio que melhor satisfizesse á conYeniencia do serviço d'este

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