Revista do Ensino - v.1, n.6, 15 fev 1912

364 REVISTA DO ÉNSINO pl anta tem misturados ~s car actere::; de am~as : o 01·nitho1·y~– chus p aradoxus, mamm1fero monotremo, poe ovos co~ o os r e– pteis e as aves, tem um bico de pato e os dedos u?1dos_l?ºr membrana, ao mesmo passo que o seu pello é algo de mdefimdo com a pennugem das aves. Esses typos intermédios d~sappa– receram em ger al; alguns encontr am-se no estado fo ss1l , per– mittindo r econstituir a marcha da evolução das fórmas animaes. São cinco as maneir as de comparar em Biologia, seguindo a ordem de seu encadeiamento racional e de seu valor scientí– fico: 1°.) comparação entre as di versas partes de cada orga– nismo determinado; 2. 0 ) compar ação entre os sexos ; 3. 0 ) com– paração entre as diversas phases de desenvolvimento; 4. 0 ) com– paração entre es differentes r aças ou variedades de cada espé– cie; 5. 0 ) emfim, e no mais alto g rau, comparação entre todos os organismos da jerarchi a biológica . Foi d 'esta série de comparações que surdiu a theoria da evolução, em que se pensa que cada espécie ·provém d' urna outra por transfo rmação lenta e gradual. Tem todos os car a– cteres de uma hypóthese legítima (Bain), pois se adapta a um grande número de factos e não é incompatível a nenhum; seu valor é proporcionado pela quantidade de phenómenos que explica, comparada aos que não consegue elucidar. A modifica•.;ão que, de uma ger ação a outra, soffrem os animaes e as plantas, é um fac to verificado. Essa modificação se produz ainda mesmo quando as circumstáncias exteriores não mudam. Quando as circumstáncias se '1lter am, a· modifi– cação torna-se muito mais consider avel. O encontro de espécies análogas nas mesmas latitudes, e as profundas differenças das espécies que vivem sob climas diversos, são factos favo r aveis á dou trina da evolução e con– trários a qualquer outra hypóthese (Bain). Quanto seri a ines– plicavel a analogia da mão do homem, da pata do cão, da asa do morcego, na doutrina que admitte para cada espécie um acto distincto de creação ! (Darwin) Entan t? é mui facil explical-a aos que acceitam que to– dos os orgamsmos provêm de uma fon te única, céllula inicial, que deu, por subdivisões successivas seres multicellul ar es mais complexos, e depois differenciado; em tecidos, em ór gãos, em apparelhos, até á extraordinária complicação do homem, ponto mais alto de estruptura e de funcção a que a vida at– tingiu na Terra.

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