Revista do Ensino - v.1, n.6, 15 fev 1912
REVISTA DO ENSINO 403 Resume-se, po is, o deba te a examinar, á luz da nossa histo ria, se obra– sil_eiro possu~ as. mesmas características e thnicas que á raça germanica per– rmttem e ate exigem a coeducação dos sexos, ou se, ao contrario, es ta lhe é interd.icta por incoercíveis tendencias psych icas. Na elucidação da these que sustento, sou fo rçado a relembrar idéas j á adduzidas po r mim, u'outras occa~iôcs, em que tenl10 insistido sobre a cl if– ferença ir reductivel e fun dnmen tnl qu e E>x iste entre a demnpsychlllogia dns bras ileiro, e a ele ou tros povos, cuj os metbodos culturaes, por isto mesmo, nem sempre nos convêrn . Nas grn ndes navegaçôPs com que os povos da península Ibericn fech a– rllm o cyclo da edarl e rnédin, con tllrn e::mdo n Afri ca, chegnndo á In dia e descobrindo a A mcri ca, a rnça branca nffiuiu para as novas terras, levando– lhes a sua cultura, e em pl ag-as · a té então barbaras lnn çou a semente da ci– v ili zação, que germin ou e fl oriu, conforme a vitali dad e da ar vore eth nica,, de que se des tacára e segundo o grao de fe racidade da gleba em que fôra semeada. E' assim que os for tes e operosos fi lhos das Ilhas Britanni cas transfor– maram em pouco tempo as regiões temperada s do nor te da America e el o sul da Afri ca e da Austmlia em prosperos empn rios de civil ização, mas vi– ram a sua tenacidade benedictina luctar em vão contra o desfavo r do meio, em outras latitudes, onde as suas col onias não passam de atrazadas fe itorias, que já perderam a esperança de dominar a t,erra nos milngres de progresso, que fizeram a h istor ia da UniãoAmericana, ou mesmo do Canadá e da Australia. E da s col on ias hcspanbolas, chegaram a nacionalidades prosperas apenas aquellas, como n Argentina, para cuja fund ação 4: 0 bespenhol-no judici– oso dizer de Euclydes da Cnn ha - mudou de hemiapb erio, sem mudar de latitude~ - De tudo isto resalt:i esmag·adoramen te a in fl uencia incontrastavel do meio physico sobre o homem. Dispensando-me de insistir sobre a situação geograph ica da. nossa P a– tria, quasi toda comprebendida na zona torr ida e sujeita, portanto, inev ita– velmente, ao in fluxo malefico de um clima hostil, relancearei a vista, em ra– pida synthese, nos elemen tos ethn icos que entraram na formação do povo brasileiro.· Basta- me para isto reproduzir o que o aba.lisado educaci?n ista sr. José Verissimo, estudando as nossas origens, escreveu no seu magnifico livro-A Educação Nacional. . < Somos - ensina o comnetente mestre-o producto de tres raças perfe i– tamente distin ctas duas s~lvacrens e, po r ta nto, descuidosas e inclifferentes como sóem ser n'e~se estádio d,: v ida, e uma em rapido decliniu depois de uma gloriosa, brilh nnte e fu gRz illustração. Quando ini ciou a colon ização do Bras il, começava n gente portugueza a experimentar os symptomas_ da perve1;sã.o _moral, que fez logo resva_lar os heroicos bntalhadores da P emn sula e d Afn ca, os ousados navegadores do mar tenebroso, os mestres de Cnlombo, nos cúpidos tra tantes da India. Amollecido na rapin a da In din, comll os hespanhóe~ na do P erú e do Mexico, imbecilizado nos face is prazeres das terras conquistadas, de um_lado ~~freado pelo temor da inquisição _e de outro enervado pela edu_caç~o Jesu- 1 t1ca, o pnv,, portuguez decah ia visivelmente na epocba da colomzaçao, para a qual, é de notar. ainda coope rou com os seus peores elementos». Accrescente- se a estas verd ades o que ensi1;1~ o sr. _Sylvio ~ omero_s?bre a ele:7adissima proporção em que a es ta raça, Jª 1 em _s1 esmarnda e v1ciad~ se misturaram indi o-e nas nmerícanos e negros d Afr1ca, e p.ode r-so-ã faze r uma idéa precisa d: nOS$& ethI.1ogeni11 .
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