Revista do Ensino - v.1, n.6, 15 fev 1912
REVISTA DO ENSINO 361 sas phases de desenvolv imento, verificam-se quaes são os or– ganismos que mais se p ar ecem em todas as partes, quaes os mais semelhan tes em cada attributo importante, quaes os que possuem os mesmos caracter es primordiaes . Na comparação em Biologia há o emprego dos sentidos. Em relação ao ouvido e á vista , adopta instrumentos de au– gmento ou de precisão, que facilitam ou permittem explorar mais miudamente, de maneira a descobrir particularidades orgânicas e funccionaes , ou germens pequenos . Taes o micros– cópio, o esthetoscópio, o thermómetro, o colorímetro, o laryn– goscó1:Ho, o ophtalmoscópio, os raios X, a microphotographia, a microcinematographia, o ultrarnicroscópio. A observação bio– lógica também emprega largamente a anályse chímica dos di– versos productos do organismo. A experimentação é o segundo modo fun damental de investigação biológica. Comte aprecia com , severidade o caracter philosóphico da exp erimentação biológica, pois quási nunca se obtem o conjuncto tão complexo das cond ições var iadas que ell a exige. Por essas falha s o méthodo está, ao ver do sábio, longe de consti tuir o modo ger al de exploração melhor apropriado á natureza dos phenómenos vitaes. Assim , salvo um p equeno número de feliz es excepções, as experiências physiológicas têm até aqui suscitado ordinariamente embaraços scientíficos su– p erio1:es aos que se proponha a resolver, e, d'outra par te, atravancado a sciência de porm~nores ociosos e incohe r entes (Oornte). Provocar, á vontade, ?m phenómeno funccion al que se reproduz sempre nas mesmas condições, tal é o experimen t,o nos seus fins e nos seus resultados, e cuja r eali zação consti– tue uma exp eriência . A observação do jôgo natural e expontáneo das func- ções do organismo concorre, em uma certa medida, aos conhe– cimentos de ºphysiologia, do mesmo modo que a obser vação do jôgo perturbado d'essas fun cções p ela moléstia, a qual faz v erdadeir as exp eri ênci as no vivo. .Mas essas fontes de nossos conhecimentos são mui limitadas, sobretudo porque é preciso esperar a r eali~ação do phenómeno, difficilrnente ap re– ciavel na sua complex idade. A experimentação , ao contrário, permitte ir, volun taria– mente, com rapidez, á conquista d 'esse conhecimento. O ex-
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