Revista do Ensino - v.1, n.6, 15 fev 1912
402 REVISTA DO ENSINO ao desenvolvimento cada vez maior da coeducação dos sexos-innovação avançada que á basbaquice indi gena parece o non plus ,ultra n~ pedagogia moderna. d ·d d Coragem é mister, bem o ei, parn, e~ rebuços, a1:rostan_ o vai a es e ambições ele toda_ ca t3:, ".ir dizer de publico e~tas coisas, tão geralmente sabidas, mas tão 1mpatnot1camente negadas. . . Mas é preciso ser sincern, c1:1mprc 3:0 educador q_ue pratH?- o mag1ste– rio não $Ómente como um 11egoc10, proRi_gar a~ pra_t1cas peri gosa , mesmo ue as bafej e uma irrefl ectida sympatl11a pt1?l1ca; ~mpõe- se- lbe., como. um J ave, insopbismavel, critica r o erro, por rn:us arr:ugado .que ell e esteJa, e procurar, ~o influxo da ~ua palnv ~·a e do seu exemplo, orientar pelo verda– deiro cammbo as energ ias trnnsvwdas. A' sensata oppos i<,rto levantada contra as escolas mi tas, têm respon– dido os seus propu gnadores com um argurnonLo, cujo pres ti g io sobre o bra- sileiro é irresistivel. Assiweram os defensores da coE1duração dos sexos que todos os povos cultos n empregam, au fe rindo por tentosos elementos de progresso. O inculcarem-no como uma das vi ctorias do aperfeiçoamento c~ltural cstran a-eiro é a lyra de Orpheu, :i cuja inebriant~ mag ia se adormentam as des~onfianças mais alarmadas ; e ~• nação inteira, por mais revoltas que Jbe desperte o tal processo educativo, por mais convicta que se ache da sua inapplic.abi1idade ao Brazil, sopita receios, apisoa convicções, e, na an– cia de seguir a par dos pioneiros da civilisação, ba te palmas a uma institui– ção em que vê irem-se derrancando as qualidades mais preciosas á v ida nacional. E no cntnnt.o a affirmação de que o ensino mi to sej ;t universalm,rnte adoptado, não passa de uma das muitas balelas com que se en goLla a sim– plicidade popular. Empregado vantajosamente pela gentes de procedencia anglo-german ica, e1le tem sollrido entre os outros povos da. Europa uma viva opposição, que o impu o-na apoiada nas differenças ethnicas e demopsychicas, a que devem conesponder fatalmente regimens culturaes tambem diversos. otando a pro · pericia.de das escolas mistas na Escocia escreve notavel pedagog ista, cujos dizeres não traduzo, a fim de conservar~lhes toda a au– ctoridade : « On peut élever et l'on éleve en el:let contre ces écoles mixtes des objections qui n'on t de valem· que pour les nations óu les moours pu– bliques en rendent les avantages douteux.. L 'Amérique l 'l~cosse le Dane– mark, la Sucde, la Sui,se, 6 11 ell es sont établies et fl~ri ,;santes 1 s'en trou– vant foit bien et n'y remarquent aucun des in convénients qu'ils ei~traiueraient dan s d'autres pays ,. _ S11.o p~lavras de Ilippe:m, um elos sabi a~ a quem a l!'rança, comprehen· dend_o, apus o. descalabro de 70, a urgenc1a ele reformar a sua instrucçào public~ e particul ar, commetteu a momentosa incumbencia de irem ao es– t.range~ro estudar as melhores organi zações de ensino, a fim de applical-as a patria. Tomo- a~ do .seu. bril~ nte l_ivrinho L'InStl'uction Publiqile en Angle– terre, em CUJO r re'.ac'.º ~Ul tO av t aclame~1_te elle adverte :-« Elle ( a l!·\·an– ça ) devra, non imtt~t e1v1lemen t c~ qu ils ( os outros povos) ont fait, roais emprunter, du_ m_orn~, tout ce qui peut s'adapter à son caractere, à ses moours, à ses 111st1tut1ons, à sou état social , . O que abi fica é de uma clareza absoluta ; a opinião inefutavel de um d os maiores representantes do educacioni_smo francez diz-nos categoricamen· te :- a o pass_o que os povos anglo-germ~ni~os adoptam com vantagem o ensino misto ha pa1zes em que elle acarretana inconvenientes.
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0