Revista do Ensino - v.1, n.6, 15 fev 1912

REVIBTA DO ENSINO 401 O ensino misto no Brasil Ha pouco mais de dois annos ventilei na imprensa diaria de Belem o interessank problema peda gogico-a coeducação dos sexos offerece vanta– gens ao nosso desenvolvimento cultural, ou é um erro que devemos com– bater? Apoi ado em observ'.lções, cujos ensinamentos, posto que vexatorios á ri– àicula presump(/10 com que nos consideramos uma raça fort~ e destinada ás mais sublimes conquistas no campo da civilização, nos dizem, na log ica insopb ismavel dos factos quP, IJ S cond ições ethnicas e me~olog icas, concor– rentes na formação rl o povo brasileiro, nem sempre lhe _permittem o apro– veitar- ~e dos meios de edu cação, empl'egados com exito por gen tes aquinhoa– das com incontestes rnpe:iol'irlades de clima e de raça, conclui eutão, como hoje, que o ensino misto, é para a nossa cultura, não um bem, como pensam ou fin gem pensar os seus propug nadores, mas um g rande mal, con tra que devem promove r uma. campanha abnegada e perseverante, todos aquell es que desejam sinceramen te o eng randecimento da patria. P erdidas no tumulto fugaz dos iunumeros assumptos de um jornal dia– rio, as minhas palavras, j á de si desvaliosas e sem atavios de fól'ma que lhes attrahissem a attenção dos leitores, rolaram despercebidas no ol vido. Quem ir- se- ia deter na aza fama quotidiana, em meio ao torvelinho estuoso das mi l fórmas da lucta pela vida, para desperdiçar, na leitura de um artigo pedngogico, momentos, proveitosamente empregados no trabalho ou docemente fruidns em preg ui çosos lnzeres?! Ag-ora, porém, que a REV ISTA DO E NSINO and:t a cooclamar energias em pró! do nosso aperfei<;oamento didactico, e o problema do ensino deixou de ser ent re nós apena s uma formul a vaga e palav rosa, para se tornar em p reoccupação real e effectiva , lá ~ui eu exbut? ar ?ª valia commum, onde j a– zia expos to aos ultrnge da poe ira e ao tr1pudw das traças, o meu pobre estudo, que, ti. ral k'l. de outro merito, possue a patriotica sin ceridade que o dictou. E' o que vne lêr quem so qui zer nventurar a esse cansativo commeti– mento. Ora ! O iuconveuieu tes da cucuncnc;ào .. . Antes nos fallasse do carna– val ou da companh ia de zltl'zttel11s- rli r- se- á t,ilvez m1m boc:ejo de t rlio. Isto não me descoroçoará. I' l'oíli go um mal, cujos funestos efleitos da– moificam irrep1trnveln1 c111c a s nt• iN liirl ; e a • rtc,m d que nos to combate es– tou ao servi ço do bem do meu po iz, fol'talece- me contra o desdem, sincero ou calculado, daqnell es a quem niLo conv ierem as minhas opiniões. E m que peso tí nosRn in :;,~nna preo cupação de parf' ce r adenntados macaqueando sem disc~rni:nento . alh eias instituições, inadaptaveis ao noss~ meio e á nossa raça, 1mpoe- sc in exoravelmente a quero, de animo sereno e collimaudo acima . de ~do o bem da P atri~, estudar o assumpto, a con– vicção de que o ensino misto assume entre nos as proporções de uma cala– midade, a que ul'ge _d ar co1;1 bate a todo transe, ~ fim de eliminai-a, antes que os seus deletenos effe1tos envenenem as mais puras fontes do vigor nacional. _ Infelizmente , porém, esta verdade, que todos reconhecem que a todos vexa co~ a inflexibi lidad~ de um dictame fütal, sossobra no 1 maremagnum de sop~1smas e preconcei tos_ en~en?rados e m:1ntidos pela inepcia de uns, ganancia de outros e apatb1ca md1fferença de quasi todos, para dar Jogar

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