Revista do Ensino - v.1, n.6, 15 fev 1912

400 . REVISTA DO E~SINO . . . - ºdé ~[odernamente alguns nexo músico, som s1gn1f1ca~ao de l a. . hora trágica do . CI . f , ~em na traduzn· n á •interpretes de 10pm ª' · J . Nm<KS porém, d • die9 ir<Z num movimento furibund o. OAO 't 'ductores do ' ºd I s melhores ra lhe a interpretação segui 8 PC O O amorpho . . . b. ·1 • ·o lê no sussurr mestre : e assun o P 13 lllS t a i aSi eu . 5 da multidão, de se u canto o dispersa r ccnfuso dos n1urmm·10 ..d·nde dn b ue volta ã act1v, 0 regresso inccherente da tur ~ q d de correspon- vida após o cortejo fúnebre. Segumdo o qua ro t escrita L • c esta sona a dêncin dos valores tr~çados por av1gna - , ebre e mys- em mi bMnol menor, traduzirá uma cx pressao _f'.m á apasi- . d t - 0 sigmf,car o ' teriasa. Porque esse final a sona a na poiso guamcnto eterno das grandes agonias da na_turezn,;n::erso ! das forças que se quebraram nas àesharmomas do . _ 0 A perfeição do poema resi<le ua or,gma I a ' · · J"d dd da mvença harmónica, e na su1·presa commovhl a dos e&ta o evoca com tanta intensidade. . d s d'alma que 2 , Chopin, n) f:stue!os ns. li e 12, op. 10; b) Veisa, op. .3-4 n. 3; e) llocrurno, op. Lô n. l; d) Sclierzo, op. 31; 3, Sch uber t - Usz t, Marcha Húngara . 4, o. Debussy u) ,lcJnlins s.:ius lü pluie; bJ Lºl sll! Joy~use. 5, · u) Gluck - Bra11ms Cnvottn; b) Schumam, No,'e.lletc; e) Zanella, Tempo Di 111int1e.tto ; d) Scar ,atti, Sona ta em ló ; 6 , e) Liszt, R api:;ódia h úngara, n . 2 Claud e D ebussy é autor nfnda de sconhecido do nosso público, apezar dos seus óO annos. Artista dumn excentricidade sem igual dotado de altas qualidades poéticas, é autor ele poemas lyricos sobre versos de Verlaine e Baudelaire. Com– pôs ·um commentario sympb ónico á égloga do g rande _poeta fran cês liALLARMt':- L 'avres-midi d'im fattne, que é duma mten– sidade de harmonia su rprebendente. O jai•dim á chuva, que tocará JOÃo NUNES, como a i lha alegre revelarão aos no~sos curiosos de emoções delicadas e profundas,- um compos1tôr lllaravilboso da côr e dos efleitos descritivos. Nesse Jardim á chuva, todo ennevoado, cheio de tremu– ras outoniças, perpassa o lamento da natureza que se apresta para a noite hybernaI. - Na Ilha alegi·e, ao começo, ouve-se o • murmulho das águas que a circundam num beijo acariciante, e se termina como por um hymno radioso e ridente á jucun– didade de viver, á gloria de amar. o característico dominante da arte de Debussy, wagneriana nas suas origens, é a capa– cidade de r epresentar estados plásticos. A par dessa poderosa funcção aud itiva, ella se envolve no mystério, no perfume evocativo das nuanças. As cõres todas são füluídas, mortas na Indecisão inquietante dos matizes. Debussy é o grande r epre– sentante da arte symbolista na música. Para a execução dessas páginas das EstampM, chama-30 a attenção á delicadeza, á minúcia téohnica com que JOÃo NU– NES consegue erteitos deliciosos, tanto no Jm•dim <i chuva como na l1J1a aleg1·e. JORIS KORIS

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