Revista do Ensino - v.1, n.6, 15 fev 1912

REVISTA DO ENSINO 375 Encontra-se até a copia de folhas em todos os gráus de composição: mofadas, furadas, muitas vezes manchada5 irregularmente de montículos de poeira neg ra, tão iguacs aos cog umcllos microscópicos que nascem nas folhas mor tas, que se pensaria estarem as borbo letas atacadas do mesmo mal. A estes caracteres vêm-se juntar os hábitos do insecto que, pelo costume que tem àe escônder seu corpo e sua cabeça entre as asas, se confunde inteira– mente com as folhas seccas dos silvcdos ou das árvores mortas, sobre as quaes elle pousa de preferéncia, quando se sente perseguido. Estes fac tos provados, uma pergunta nos acode immediatamente ao espírito. Como explica r as côres vistosas de que se revestem certos animaes, e que, longe de os esconder dos olhares indiscretos, parecem, ao contrário, attrabir a vista, offerecendo ass im fácil preza aos inimi gos dos desgraçados que dessas côres são dotados? E' de notar, antes de tudo, que entre os insectos, po!' exemplo, os que se cobrem das mais brilhantes côres, são insectos carnívoros, ou ao menos dotados de meios de defesa que os põem ao abri go cl.as persegui ções. Entre as lagartas, encontraremos numerosos exemplares de côres som– brias e p rotectoras : mas tambem os ha, e innumerávcis, que se cobrerri el as mais brilhantes e vistosas côres. Ora, estas últimas lag-artRs, frequentes experiéncias nol-o demonstraram, são invariavelmente rege itaclas pelos faisões, perdizes e outros pássaros affeiçoad()s a esse gê,·.ero dtl nutri ção. Os pardaes e ·os pintasilgos repell em- nas tambem com repugnáucia, quando se lh 'as ser– vem misturadas :is ,rntras lagartas que ell es devoram avidamente. Esta re– pugnáncia tem a sna razão de ser em certas particulari dades de gosto ou de cheiro que caracterizam as lagartas de eôres vistosas; de onde se deduz, que essas côres , longe_ de lhes serem nocivas, ~ornam-se protectoras; s~o como uma lib1'é que as ass1guala de longe, aos passaros rapaces, prevenmdo-os assim, de que não devem voltar a destruil-as, após a primeira tentativa feita . (Trad. ) OCTÁVIO GRAÇA O NINHO (Adaptado de Bel'quin ) Rubens - Mamãi! Mamãi! Veja so que bonitinho! Apa– nhei-o com o meu chapéo ! D. Alzira - Ah! Pobresinho ! Onde o achaste'? Rubens - Na rnangu~ira grande. Fiquei bem por cima do ninho delle. Quando ell~ ia chega~Llo, larguei o chapéo com as abas voltadas para baixo e olle foi ao chão dentro â.o chapéo. D. Alzira-O ninho dello está vasio '?

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