Revista do Ensino - v.1, n.6, 15 fev 1912
358 REVIST A DO ENSINO arão do ranco Em meio a sua obea grandiosa, de traçar definitiva– mente o mappa dos limi tes do Brasil, foi surp rehendido p ela morte o eminente Barão do Rio Branco, ministro que er a h a– via 10 annos, das Relações Exteriores. A con·sternação que inv adiu a alma nacional , e as de– monstrações de pezar que o extrnngeiro quis significar-nos , bem ass ignalam o valimento do p apel que desempenh ava na vida do País e no scenário in ternacional o gr ande br asil eiro. As quali dades superiores de Rio Branco nasciam dum sentimento acri solado das coisas ela pátria, e duma consciên– cia crystallina da obra que o destino lhe depusera nas mãos. E assim, o traço di fe rencial da personalidade moral do chanceller era precisamente a ten acidade animada na acçcio, a certeza precóncebida da victoria, pela espontânea sinceridade nas convicções, pelo decidido empenho em dedicar-se d ' alma aberta, té ultimar o labôr iniciado . Esses dotes de sua fi gura moral, que a des tacam fo r temente no meio da tibieza e incon– stancia desta sub-raça, eram desdobr ados e r efl ectidos por qualidades de inteligência e complexa erudição em assuntos de direito internacion al e diplomacia. En tre os seus maiores feitos, como diplomata, vem á primeira plana a- r econqui sta el o Amapá. O que fo i essa obra de erudição e tacto diplomático dil-o a geração presente, que tanto applaudiu o eminente advogado, pois que o succedido ainda é de hontem. Sua carreira pública fo i r epleta de serviços á Patria, e Missões, Amapá, Acre, Lagôa-Mfrim avultam como mar cos luminosos dessa carreira inolvidavel: é que no grande cora– ção do brasileiro o amor da terra em que nasceu merecia o culto fecundo duma perenne admiração.
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