Revista do Ensino - v.1, n.6, 15 fev 1912

372 REVISTA DO ENSINO Na sua bela ar amatica vem mesmo como doutrina esse 6 . - principio de propozição comp osta por subordmaç~_o. . . .. . Folgo declarar, no entanto , que na gram~ti~a do msi– gne filologo dr . João Ribeiro fo i completamente elumnada ~ssa doutrina que eu fui, talvez, o primeiro a combater na R:evista Amazonense, dedicada aos inter esses da instrução publica. Esse meu modo de pensar provocou uma honroza carta que me dirijiu João Ribeiro, em que me declarava que acei– tava as minhas despretenciozas ponderações . De fato, nunca eu pude compreender uma propoziçâo composta por si~bordinação, porque a ,propozição corppo~ta, segundo a abali zad a . opinião de João Ribeiro, nada mais é do que a que se fórma ele varias propozições QUE TÊM A MESMA FUNÇÃO NA ' F R AZE. ( Gramatica Portuguêsa, de J oão Ribeiro, curso superior , 15ª. edição, 1909). Pois bem : uma vez que a pr opria defini ção do ilustre mestre declara que a propozição composta é a que se forma de varias propozições que têm_a mesma função na fraze, ·consi– dero absurda a classificação de composta p or subor dinação por que orações subordinadas não podem ter absolutamente a função da oração principal. Não h a, portanto, no meu fraco modo de entender, pro– pozição composta por subordinação , pois ,que e~sa propozição nada mais é senão a propozição complexa que· se forma de uma principal acompanhada d.e uma ou de muitas subordinadas. Só ha composta p or coordena,ção, formada de oraçõis do mesmo valor, sem subordinação, de maneira que, se o qui– zessemos, qualquer das coordenadas formar ia período, sinal do quan to elas são independentes. Mais um ponto _existe que dez ejo -atacar e pôr a limpo, se p ar a tal empreza tiver forças necessar ias . Umas das g randes duvidas que muito me tem intrigado é o caso das oraçõis principais que devem ser , na opinião de muitos, aconipanhadas de oraçõis subordinadas, principal– mente as oraçõis de particípio e de infinitivo , porque, dizem eles, essas oraçõi s são mer os adjuntos adverbiais . E_' isto uma verdade que n ão aceita contestação . Firmados neste principio, eles analizam da seguinte fó r- ma esta oração : - Cantando espalharei p or toda a parte . .. Es te cantando eles àprezentam como simples ad junto adverbial de modo. · ' De acord o. Mas qual ser á a verdadeira analyze destas oraçõis: Estando o dia cla1·0 , saimos a p asseia. Estas palavras estando o dia cla1·o não têm o mesmo valor de uma clauzula adverb ial de tempo, de causa ou de modo ?

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