Revista do Ensino - v.1, n.5, 15 jan 1912
\ REVISTA DO ENSINO 289 segundo os organismos, mas geralmente · collocado entre 30° e 40º -0entígrados. A influência do calor sôbre a intensidade cias .,. trocas orgánicas transparece claramente nos animaes de sangue frio e nos animaes hibernantes, que durante o inverno se entorpecem, e não saem do lethargo senão na primavera. A luz é um modo ue energia ind.i spensavel á nutrição das plantas verdes, de chlorophyla ; e sem os vegetaes a vida animal não poderia existir. Alem d'isso, a luz influe, menos que o calor, sôbre os phenómenos vitaes de cada ser em particular. A matéria viva, no meio em/ que se ache, água ou ar, está submettida a uma cert~ pressão, que conserva dissolvidos ou em com– binação os gazes que ella contém. Essa pressão só pode variar em limites restrictos . Se augmenta , uma maior proporção de gaz se dis– solve e exerce uma acção nociva sôbre o protoplasma ; o oxygênio, por exemplo, á pressão de 5 ou 6 atmospheras, t orna-se, como mos– trou Paul Bert, um violento tóxico. Se, ao contrário , a pressão dimi– nue, a tensão parcial do oxygênio no ar cae abaixo do valor necessário ás oxydavões orgánicas. A manifestação da vida acompanha-se sempre de phenômenos accessórios de ordem egualmente physica : o calor animal, os movi– mentos musculares, a producção de luz e de electricidade Todo o mundo conhece os peixes eléctricos, entre os quaes o puraquê. Há seres phos– phorescentes, taes o pyrilaropo, os noctílucos, os micróbios photogê– nicos. O organismo é uma fonte productora de calor; vivendo em um meio cuja temperatma apresenta variações consideraveis, soffre, como todos os corpos , a influência d'esse meio no ponto de vista da perda de calórico ; se chega a manter cm seus t ecidos um grau de calor constante, é que é capaz de modificar a producção ou a perda de calórico por um mecanismo regulador: quando o systema de regulação thérmica não funcciona normalmente, a temperatura. do corpo pode-se elevar ou abaixar notavelmente, observando- se então a hypertherrnia ou febre, ou a hypothermia ou algidez . . No estudo das sensações mai~ especiaes, _a _vista e a audição, 0 conhecimento aprofundado da óptica e da acustica deve necessa– riamente es tabelecer_o p_onto ~e partida racional; do mesmo passo, no estudo da phonaçao, o preciso saber os caracteres physicos do som glótiico , suu. intensidade, altura e timbre, a natureza das vogaes como sons músicos (Helrnholtz e Donders) e das consoantes como ruidos que se associam ás vo~aes para ~ constituição da palavra . ' No ponto de vista do mflthodo, a Physica é eminentemente própria a ministrar á Biol?gia os modôlos mais perfeitos de observação o principalmente de expenmentação.
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