Revista do Ensino - v.1, n.5, 15 jan 1912

336 REVISTA DO ENSINO que lhe parecer melhor e mais proveitosa ao preparo intelle– ctual da mocidade . O pouco tempo de execução que cor~.ta a reforma de 5 de Abril, ainda entregue ao embate das pa1xõss e ás aggr~s– sões da. critic;:. que em torno. della se desencade_aram, ºª? permittiu que fossem apreciadas suas vantagens ou_inconveni– entes na calma tão necessaria ao estudo de matena de tanta magnitude. . . O tempo encaminhará, por bem do proprw ensino, uma corrente homogénea no entendimento da reforma. . _ Não podendo o Governo alterar a actual or_ga111saçao d~ Gymnasio Paes de Carvalho, sem estar auctonsado por lei especiai, é necessario que o Poder Legislativo tonie. o assum · pto em consid<tração na sua proxima reunião. Embora julgue vantajoso deixar-se que decorra algum tempo sobre a execução da reforma de 5 de Abril, •P?rque po– dem ter solução mais de uma duvida que ella suscitou, sou, contudo, inclinado a pensar que a remodelação do nosso curso gymnasial deve ter por base o mesmo gymnasio D . Pedro II, não sómente porque o curso detalhado para elle no regula– •mento de 5 de Abril satisfaz ás modernas exigencias do . en· sino secundaria, mas tambem porque é de esperar que sobre elle venha a se basear o exame de admissão, exigido para a matricula nos estabelecimentos de ensino superior. Não é profunda a differença entre o novo curso secun– dario estabelecido para aquelle collegio e o que antes vigorava, e, até certo ponto, as modificações foram para melhor. Supprimidas dJas das disciplinas que faziam · parte do anterior bacharelado e:n sciencias e lettras-logica e elemen– tos em mecanica e astronomia-foram introduzidas no novo curso quatro outra_s:-noções de ilygiene, instrucção cívica, noções geraes de direito e gymnastica. • De pos,se da _autorisação legislativa, cuja necessidade aponto, podera ser feita a reforma do nosso gymnasio seauin– do a c_orrente mais forte que se encaminhar pelo P;iz, bpois, não sena prudente colloc~rmo-nos em divergencia com os demais estabelecimentos de ensrno, com os quaes necessitamos man– ter boa permuta de relações . . ~ão poderr:os pretender impor á maioria da nação ?r· gamsaç~o q:1-e nao conte com a sua prévia acquiescencia; pouc_o mtel11gente s~ria esta fórma de comprehender a auto– nomia que a todos foi reconhecida pela refórma de 5 de Abril. Concursos Obediente ao principio estatuido pela reforma de 20 de J anei~o do anno p_assado, creai:ido o concurso como fórma de provimento effectivo das cadeiras do Gymn~sio Pa es de Car-

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