Revista do Ensino - v.1, n.5, 15 jan 1912
318 REVISTA DO ENSINO Bomta argumentayão, e certament~ v?tada a, um e~to incontrastavel perante os espíritos pouco affeitos á hi~tor:a da nossa hngua, mas de uma fragilidade ninhega, para os que lhe nao sao completamente estranhos. Vejamol-~. . . . . A controvers1a e longa e dest1tmda de mteresse para os que se n~o dedicam a especulações philofogicas. E, se a ernprehendo, é menos pela !ai– edade de estadear conhecímentos, de que careço, do que pelo desejo de de1x~r consignado em _uma publicação duraclo?-r~ um fragmento das despretenci– osas lições de lmgua veruacula, que m1D1stro aos meus alumnos. Os vocabulos da lingua portugueza formaram-se por dois processos: ou se perpetuaram pela tradição oral dos habitantes da Lusitania, que os rece– beram de seus ascendentes, autochtones ou immigrados, e neste caso soffrei:am a influencia elas multiplas e nem sempre determinadas causas, a cujo favor se modificaram; ou foram adoptados do latim, do grego e de outros idio~as, pelos nossos escriptores, que lhes respeitaram a integridade morphologica, afeiçoando- os á índole do português. A' primeira destas correntes lexiogenicas· chamam os grammaticos de– rivação popular e á ~egunda derivação e1·udita. Nas palavras de formação p_opular observa-se a conservação do accento tonico o desapparecimento das vozes atonas e das consonancias medias, o abrandamento das consonancias fortes e :finalmente o ensurdecimento da na· salidade caracteristica do accusativo de que provieram. Ex. legali~atem = lealdade. ( 3) _ Cumpre amda notar que, quando a terminação do accusativo é prect'– dida por e, l, n e r, em vez de apenas perder a Basalidade, desapparece totalmente. / E~. lii~em, consulem, virginem e amarem= liiz, consuZ: virgem e i:,mor. Disto resultou que em alguns casos o povo confundindo a nasalidade do therri:a vocabular com a nasalidade de_sinencial, supprimiu tambem aquella. Crimen, lumen e ~om:en, que deviam transformar- se em ci-imem, lu– mem e nomem, como vi~·gin e ordin ( themas sem a flexão de accusn.tivo que se perdeu) que ~eram m:gem e 01·dem, reduziram-se a crime lume e nome. N~ formaçao erudita, _são mantidos na sua integridade os elementos mor]?hicos. do vocabulo, cuJa adapta<;,ão ás normas geraes do nosso idioma consiste somente em alguns abrandamentos d • d"fi - da t · - á d e consonancias, mo I caçao ermmaçao e s vezes eslocação do accento t · ( 4 ) Ex. legalitatem = lega!iiiade, pla_team = pl~~:~· t t Isto posto,/a5uppr~ssao ou pers1stencia da nasn.lidade final de regimen, en amS en,lletc. t~termmad~ pelo processo de formn.ção destas palavras· e e as nos I vessem vmdo 1 )ela . . • t ralmente regime tentam• t corrente popular, poderiam dar nau- , · • e c., como lwme, norne. 3) João Ribeiro-Grammatica Portu . guesa-setima ed·•~a 16 20 Alf d Goroes- Gram .mati.ca Portugueza-sexta ed,-•'"o 1, o pngs. a . re o ,a paga 99 Ma · · • "~ tica Descriptiva-terceira edição- pgs. 181 8 183 _ · · x:im,no de Arauio MacieJ-.,.-,·anwna A despeit~ da opinião de alguns gr~mmatico _ . _ _ • sideram o ablativo latino Ocaso or· . . s, entre os qunes esta Juho R1be1ro, que coo igmar1O dos substa t· é · dis· cutivelmente o caso lexiogenico d . . n ivos portuguezes, o accusativo m o nosso Hliom a As · li do Gomes que, além dos factos cui·a . _ · sim o entendem João Ribeiro e A re ' ' aprec,açao não pôde d . . . . seu favor a opinião de Frederico Die" . e,xar duvida a mnguem, têm n 0 1 CUJO parecer em b."l . h r 4J Pacheco da Silva Junior e L . P 1 ologia romauica não é para dosden ª ame1ra de Andrad " . o,a -segunda edição paga. 382 e 395 Jo- R"b . e-,rrammatica da Lingiici Portu[JU."" · ao 1 e1ro obra ·t ·t png. 189. ' e, · pag. 20. Maximino Maciel obr. CI •
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