Revista do Ensino - v.1, n.5, 15 jan 1912

_ 302 REVISTA DO ENSINO _______ .. exploradas, uma camada de 16 ·millímetros em cem annos_.Sup~ond.o mes:a: q_ue a vegetação dos tempos antigos fosse dez vezes mais actwa que a nossos dias , precisaria mais de cento e oitento séculos para formar_ os b~nc~: de hulha de trinta metros de espessura q_ue se encontram no ~íe 10 ~Dia França. Esse cálculo, com() se verifica, dá á Terra uma idad~ i~fimtamente mais respeitável que a que os chronologistas lhe querem attribmr. . E ' verdade que 1 se não discute sei· a exploração das camad.as d.e hulha uma fonte de Tiqueza pública bem mais importan te do que poderia ser a explo– ração das mais abundantes minas de ouro ou de prata : mas é tambem necces– sário convir que não ha no mundo trabalho que offereça mais difficuldades e maiores _perigos. . · A cada passo as camadas do terreno hulheiro sendo interrompidas por , uma fenda ou racha, parecem não mais proseguirem. Para de novo as encontrar, não basta atravessar essa espécie de muralha, muitas vezes de tal grossura que impede o mineiro de avançar. · . • Independentemente <las f alhas, que poi: não se1·em sempre bem estu_da~as arruinaram frequentemente explorações muito bem combinadas, o mm~u·o tem ainda dois tremendos inimigos a combater: o fo go, e a água. Muitas ;rezes as águas que se encontravam em reservatórios subterráueos arrebentam - ás paredes, e innundam as g[J.lerias arruinando os trabalhos. Acontece taro– bem que o gaz hydrogéueo carbonatado, o g1·isú, insinuand.o- se através ~as fendas da hulha, asphyxia os µún eiros, ou inflammando-se produz, explos~es qµe, abalando as abóbadas desses subterráneos, esmagam sob uma tempe sta de de rochedos os desgraçados q~e haviam sido poupados pela charoma. . . Acontece até, algumas vezes, que apezar de todas as precauções possi– ve1s, o fogo se communica á massa total de carv~o: a única solução que se aprese:: i.ta então, é tapar todas as saídas e abandonar O fog o a si mesmo, na e~JJerança que faltan~o o ~r, elle acabará por se apagar. Este supremo e~pe– d1~n~ , nem sempre mfehz~ente attinge O fim a que se propõe, Existe, !rmc1p~lm_e~te 110 departamento. do Aveyrão, montanhas que ardem ba séculos, . que e facil de conhecer, pe~a fumaça que espn.lham, JJelas cbarnma11 que se escapam: um observador ainda. pouco exercitado tomal- as-ia por vulcõe~- A. ~ glaterra e a Bélgica são os países mais ricos em hulha. Depois d~sses d~is pafaes é a França a região que mais coutem hulheiras. As prin– ci,paes ~a.o ~s de São Estevam e da Rive-de- Gier, do Aveyrão, d.o Creuzot, d A.lla1s e de Valenciannas. O estudo dos terre h lh · , a . 1 nos u eiros é de um alto interesse, não some11 te par o geo ogo, como para qual . , • . . d d' r quer esp1nto estudioso que a elle se que1r3: e ica · S. de PADILHA NOVIDADE LITERARI ' . ( ensáio Qe esthéti . A - FUI.LHO D RLMEID .Fl . . c,t (la llngua portuguesa\) por- Flé ;xa Ribeiro Livrarias Bittencourt, Clá..ssica e no Pará-Chie =================:::::::::=:====~~~~======--

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0