Revista do Ensino - v.1, n.5, 15 jan 1912

História da Terra (D!: L. BaoTRlllR., tira.d. upecia.l par& a Re\ll5ta) QUARTA LIÇÃO Épocas carboníferas A cada um dos alevantamentos que se deram, na!! épocas precedentes, sabemol-o já, as águas, precipitando-se em cataractas do cimo das camadas alevantadas, arrancavam os destroços que se encontravam em seu caminho, e os depositavam no fundo dos mares. A qúando foi da catástrophe que formou o terreno devoniano, as ca– madas snporiores desse terreno, eram calcáreas razão porque tambem o foram os destroços arras_tados e que formaram bancos submarinos de u_m carbonato de cal, ennegrecido pelas partículas de anthracite que com el~e se mistura– ram, e quepor esse mesmo motivo recebeu o nome de calcáreo carbonífero. Como todos os corpos leves, este c~lcáreo permaneceu por muito tempo suspenso nas águas, nas profundezas das quaes novas raças animaes e vege– taes se desenvolviam. Já não viviam então sómente molluscos e polipeiros: era chegado o momento em que, no pró~1rio sêio dos mares,a naturêza devia de esbo– çar os typos sobre os quaes se iam modelar os animaes destinados a habitar a p:.rte sólida da terra, que, até então, havia estado desei ta. Pela primeira vez, nessa época, vemos apparecer os sauriópsides, animaes que se apresentam com propriedades de répteis e de peixes-répteis imperfeitos, peixes imperfeitíssi– mos; preenchiam elles, no eQ.tanto, todas as condições para se tornarem o ponto de partida da bifurcação das raças aniroaes em rnças aquáticas e raças terrestres. O calcáreo que succedeu immediatamente ás últimas formações devo– nianas, não sómente contem as ossaturas desses animaes, typos de transição, e cuja espécie não tardou a desapparecer, mas tambem apresenta em grande abundáncia em estado ósseo oa seus excrementos, que tomaram o nome de coprólitos. Essse calcáreo, chêio de conchas, de destroços de polipeiros e de fragmentos de encrinites, pela acção do metamorphismo transformou-se em mármores eonbecidos no commércio pelos nomes de mármo1·e neg1·0 de Dinarn e de mármore Sant'Anna, variedades muito vulgares, e que se encon– tram em abundáncia na Bélgica.

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