Revista do Ensino - v.1, n.4, 15 dez 1911
f 220 REVISTA DO ENSINO litar-l he os actos pelas sensações e movimentos. q~cr emfim para melhor preser val-a das intluências desfa vor:a~e1s. . Quanto a &egunda objecção, deixará de ex1st1r se adm1~– tir-se o addendo de Comte :-dados um organismo determi– nado e um meio conveniente... Assim, porém, surdirá um círculo vicioso, pois que, para determinar a noção de orga– nismo ou ser vivo, é preciso o conhecimento primacial do g_u_e seja vida. Para evitar esse escolho , dou mais adia1~te a defm1 ção d'um illustre brasileiro, o fallecido dr. J. J. P1zarro, pro· fessor de história n9.tural na Faculdade do Rio. M. G. Lewes assevera : «A vida é uma série de mudan– ças definidas e successivas, tanto de estructura como de com– posição, que se operam em um indivíduo sem destruir a sua identidade». O • último facto que esta de.finição tem o mérito de tra– zer â luz,- a persistência de um organismo vivo formando um todo a d~speito do renovamento e substituições de suas partes-, é um ponto muito de notar. ALúnica oppugnação que se lhe póde fazer é a que ~he irroga l:5pencer nestes termos: «affirmando que as mutaçoes vitaes formam uma série, não deixa entender oue várias d 'es– sas mudan·ça s, como a nutrição, a circulação, a rêspiração e a se– creção, nos seus numerosos ramos, marcham simultaneamente -~ . Spencer, que bem estudou todas essas definições, mos– trando-lhes o mérito e· criticando-lhes as faltas, apresent8: a seguinte como satisfatória: «A vida é a combinação defimda de mutações heterogêneas ao mesmo tempo simultâneas e succes i vas, em correspondência com coexistências e sequências externas •. Acha ' que a vida está na harmonia entre o orga– nismo e seu meio: no entreteniru.ento das acções internas que faz em e~~ilíbrio. ás acções e~t ri ores: por outras palavras, num defmJdo mais amplo e mais completo, .x a vida ó a accom· modação contínua das rel ações internas âs r elações externas". Assim, o grau de villa varia com a ordem de corres– pondência entre as r elações internas e as relações extern3:s : uma harmonia per fe ita daria a vida oxccllonte. Se não exlS· tissem no meio outras variações que aquellas a que o orga– nismo t m a oppor mudanças accommodadas e se lhe não succ~– desse de lhe oppor insufficientes, a existência etern a seria realizaaa. . A morte_ por estrago natural sobrevém porque na v~– lhice a co!m ex1dade entre a assimilação, a oxydação e a ge- • nese de força que se fazem no oroanismo se afasta pouco a pouco àa conformid~de com a relação e; 1 tre o oxygênio 0 alimento e a abs?rpçao de calor pelo meio. A morte por mo– léstia occorre, S~]8: quando o organismo é congenitamente _?O· tado de fôrça chmmuta, incapaz ele contrabalançar as acçoes ex ternas communs pelos actos internos ordinários, ou quando um feito exterior insólito se dá sem que haja manifestação
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