Revista do Ensino - v.1, n.4, 15 dez 1911

REVISTA DO ENSINO 239 h a um r ecanto suave que con vida á contemplação . Toda v ida v egetativa parece attenda e sil enciosa . E um botánico alli po deri a cl assificar os in divíduos vegetaes. .Pela vari edade p ictural pren deram a attenção as telas de JOSÉ GIRARD. Se n em sempre seu d ese11ho é perfeito, e as fi – g uras gu ardam r igor anatómico, nGentan to o colorído é interes – sante e vivo, p or vezes o artista d eixa toda alma vibrando n a efflorescencia ly rica dos ton s, com Tiqueza e seg urança. A symplwnia chrómatica é uma composição, long e d a banalidade, q ue r evela um sen timento par ticul ar da côr, e faz ver urn in– ter esse intelligen te n a pratica d a max ima fecunda e r epresen – tativa dos impossionistas : «o p r incipal personagem dum qu a– dro, é a luz ». A' frase d e MANET accrescentou CARRIÉRE, mes– tre do expositor : un tableau est le dévoleppement / ogique de la litmiere . / Se nesse seu q uadro- especie de symp honização das côres - uma d issociação d e tons mar casse com tenuidade pastosa cer tos valores, e uma projecção d e luz se derramasse pela parte superior do campo de junquilho (qu e n ada explica en cobrir-se n a sombra),- Girard affi rmaria, com mais vigor, sua ten·den cia inipressionista. A expressão dum vago incanto da cabeça ado - lescente, que se tr ansfigura no extase da luz, dá r elevo deli– cado aos fl ocos cand idissimos da g asa que lhe ennevoa o busto femil. Dentre as paisagens que expos, preferimos o Rancho (nº 27) e Ca lafetando (nº 30), em, que a impressão d a r eali– dade é b em sentida. Da galer ia do sr. THEODORO BRAGA diremos apenas, por agora, qu e ella nos r eYeloc. em seu autor um d ecorador que promette, e que será capa z de n os offerecer, com o decorrer de annos osforçados, dum es tudo mui paciente e tenaz, traba-• lhos melhores. Da v ariada collecção , d estacaremos O Pater Noster , {illuminura sobre per gaminho, nº 9). O sr . F IORITA exhibo um único quad ro : são umas lindas rosas; é d e lamenta r que a desfi gurada infanta que as con tem– pla não fosse trabalhaàa á deligen te obedi ência d as leis d a belleza e da conformirlade humana. JORIS KORIS

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