Revista do Ensino - v.1, n.3, 15 nov 1911

REVISTA DO ENSINO 145 A eu1tutta da • m ernot11a Segundo a pedagogia. seientifiea. Por João de figueíredo A mesma lei de habit o, já referida domina, segundo J ames, o mecani smo da conservação . Quem diz conservação, diz promp tidão em recordar, e apenas isto . os casos de reminiscencia instantanea t udo a pparece immedi atamente, ao chegar o es tado de consiencia evocador ; torna -se,porém, moroso nos casos de reminiscencia t ardia. Mas, istan– taneo ou m,oroso, o que determina o recordo e explica por t ant o a con– servação, sam, nem mais nem menos, os trajectos nervosos que ligam os processus do facto a recordar aos de seu evocador occasional. Em reposo,diz James, estes trajectos saro a causa da conservação; em actividade, a causa da recordaçã,o. De tudo o q_ue t emos exposto, travez os ensinos de J ames e Wundt, nossos guias predilectos, resaem carollaríos pedagogicos da mais alta importancia para a educação da memoria. Comprehende-se, em primeiro logar que o melhoramento da retentiva não depende directamente do accrescimo de seu ceefficiente geral de tenacidade, mas da multiplicação nnmerica dos seus associa– dos de recordação. A tenacidade da memoria é uma qualidade physi- ·. ologi ca que se dá, de um vez por t oda<;, com a propria organisação material e que, no entender de J ames e Fouillée, ninguem poderia aperfeiçoar, nem mesmo á força de ingentes t rabalhos. Valia, sem duvida, com a idade, attingindo o maximo ua juventude e o mínimo. na velhice; com as oscillações da saude; com o est ado de repouso ou -fadiga . · Disso não ha inferir senão que a memoria impende da hygiene, que cuidar d~ ~aucle é c~id ar da memoria. Ma_s 1:;ão se poderia ir mais longe ; nao se poderia , em caso nenhum, ir t ao longe como a opi nião commum, a esse res.po! ~o. . •E ' realmente u~<:3- op1ru~o vul gar que ~ertos _exerc1cios prati– cados com methodo fo11if1cam nao só a recordaçao particular do sujeit o sobre O qual se applicam mas ainda a potencia geral de recordar-se. E não se deixa jamais <le accres?entar qu~ com.8:Pprender de cor listas e mais lis tas de nomes 1 adqmre-_se mais fa~1hdade para apprender ' outras igualmente de cor. Se assim fosse, affirma J ames, seria neces– sario rever toda a minha exploração da memoria pelo mecanismo dos traj ectos nervosos . Mas o notavel psychologo de Harv8:rd «patenteou não só por meio de raciocínios, como por factos expenmentaes , quão falso é este preconceito commúm. <N't.reia podem-se traçar linhas mais ou menos profunda~

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