Revista do Ensino - v.1, n.3, 15 nov 1911
REVISTA DO ENSINO 191 )lótulas d'Jlrte Salão de Pintura Ainda no mês passado falavamos nesta secção, com ex- · P ressões de louvores, na acção benéfica e patriótica do a-overno . o ' pelo seu empenho em desmvolver e educar o gosto artístico popular. E agora vemos que as prinrniras ·esperanças conquis– tadas nesse campo com as exposições infantis, levou o podêr publico a alargar mais sua visão pedagógica, creando o Salão de Pintura, como um complemento necessario ao maior desdo– bramento do primitivo tentamen. Facto singular esse da predilecção quási exclusiva na espbera de arte, a do nosso público, pela pintura. E' um phenomeno que merece investigação: assignala de certo O predomínio d'uma futura aptidão de nossa sensi– bilidade para uma vida de conforto, na contemplação amoravel das artes plásticas. o Salão que hoje se inaugura, devido á tenacidade cívica d~ sr. dr. governadôr, attestará largamente do grau de cultura do Pará. · Desejamos que essa instituição d'arte seja ,uma escola de esthética pictural, tornando-nos pela sua visitação assídua capazes de preferirm_os conscientemente uma obra bella, em que a alma do artista deixou a lembrança de uma emoção profunda, a Ull} pastiehe ovante nas tr~mbetas do reclamo, mas despido de valôr téchnico e de sentimento, apregoado como simples eamelotte de boulevard. , Uma coisa, porém, se apresenta inadiavel: a creação du- ma escola de bellas-a'rtes, que seja a disciplina, a fons vitae do nosso aperfeiçoamento esthético, e o molde classico do nosso gosto incipie,nte. , , . Reflictamos que a Arte e a umca forma que o homem pos- sue para immortalizar-se na voragem anniquiladora do tempo. JORIS ICORIS
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