Revista do Ensino - v.1, n.3, 15 nov 1911
186 REVISTA DO ENSINO As direcções dos grupos · escolares soffreram modi fica - ões, de pequena impo rtancia durante o lapso ~e t empo com– ir ehendido neste relatori o; e o quadro que adi ant e se_ encon– tra mostra que apenas em menos de metade ell as estao con– fiadas a professores di plomados pela Esco la ormal do Estado. Francamente, vêjo n isto 1.H11 mal ser io para a insti tui ção e a causa por que ella em toda a pa rte não tem dado os fru – ctos qu e era licito esperar )· comtudo, ai nda não foi possível de todo removêl-a, por ma is de uma rasão, sendo a ma is po– derosa a diffrculdade de di spensar funcc ionario s qu e de a lguns annos , senão com brilho, mas á medida das suas forças , v eem dedicando á institu ição o melhor de sua boa vontade. E' necessari o, porem, deixa r dito qu e as poucas v ezes que nos ~em sido dado pro':'êr a ,direcção ~e um grupo , não temos ex1tado em pre terenc1ar aos normalistas, sempre que tal aspi ram e r eunem condições assegur?i tori as do hom de– sempenho da funcção. Assim foi qu e tendo, 1a neste anno, fall ecido o di rector do .3.º g rupo escolar da cap ital, e depois de r emov ido , a pe• dido, para esse luga r , o bacharel que diri g ia o 4. 0 , neste fo i prov ida a no rmali sta D. Anna Barrau Meninéa, professora de escola complementar no 5. 0 g rupo. ' Fra ncas fornm minhas inclinacões por e~ta escolha, da qual ai nda não t ive razão para me arrepender, e p rochrn10 sem r ebuço qu e os fac tos me vão convencendo das g randes vanta– ge ns que advem f)ara o ens ino de se confia r de preferenci a ás mulheres, o exerci cio dest a fu ncção . · . ão se commette inj ust iça qu ando s proclama uma ver- dade e esta ampara o jui zo emittido. No nosso meio, cumo al iás em quas i todos os pa íses, por mu i tas circumstancias, nas qu aes se não cont a a da maior capacidade, as mu lheres se tem revelado com ma is seguras t en– de nci as para o exer cíc io do mag ister io prünari o. Sej a po rque, em re$ra , para exercita r a sua actividaJ e, o homem busca campo mais •asto, e onde ma iores provent os possa auferi r, seja porque a mulhei; se revela dotada de maior dose de paciencia para o exercício da fat igante funcção de e n– s inar cri anças , quasi um prolongamento da sua mi ssão ingeni – ta de mãe de familia,-o que por tod a parte ~e v ae torna ndo indiscuti vel é qu e não resist em a um confronto os resultados colhi dos, no exerc ido do magisteri o, por c:st as, em contrapo– s ição, aos patenteados por a.qu elles . Ist o q_u e . eu proclamava a _qyatorz ann os passados,– quando defendia , sob a respon~a?ll1dade de funcção que en tã o me pe~ava, a 1déa de ser pe rm1ttido o ingresso ás mulh er es na r e~enc1 1 a das escolas elo sexo masculino , ic.l~a q1;1e logre i vê r tnump11an te,-os fac tos teem comprovado a saciedade.
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