Revista do Ensino - v.1, n.3, 15 nov 1911
182 REVISTA DO ENSINO teou a razão de taes empenhos: começaram a chegar as minhas mãos repetidos officios do Conselho contra o clirector do grupo escolar da localidade. Estav8. explicada a causa do interes::;e pela constituição do Conselho, - era armar um elemento de ·opposição áquelle funccionario, contra o qual movimento de rebeldia politica pre- tendia explodir na localidade. · Com este se parecem todos os casos. Não pertenço ao numero dos que ás primeiras diffi.cul– dades desanimam, . embora, como no caso, ellas sejam de or– dem a fazer desencoraj ar os mais ousados, e vou tentando per– tinazmente vêr se consigo que os Conselhos se comp netrem das suas responsabilictades, do v alor das suas funcções e dos deveres que lhes incumbem. Appellarei para o patrioti smo dos homens a cuja guarda estão confiados os magnos interesses dos municipios , a vêr se conseguiremos uma partícula, minima que seja , do seu inte– r esse em bem do avantajamento do ensino nas regiões que gove rnam; e no dia em que virmos, por toda a parte, fazer-se a obra da instrucção, sem odios e sem paixõe s com amor e cem carinho, ter emos realisado, na terra que ta~to amamos, a_ benefica e santa revolução da qual surgira o seu engrande– cimento. Fiscalisação do Ensino A creação de grupos escolares em todos os centros de maicr importancia do Estado e a r educção do numero das es– colas i::::olada s, pela extinção de muitas que funccionavam nos municípi os do interior , simplificou sensivelmente o serviço de fisc alisação. do ensino primaria. Os grupos constituem verdadeiras repartições publicas, onde o pessoal está sugeito ao ponto-diario e a fiscalisação da assiduidade é feita pelo director concomitantemente com os pro fe ssores, que delle vi giam o exercí cio, e no proprio inte– resse exercem entre si reciproca fi scalisação . Por isso em taes estabelecimentos, nas localidades mais importantes dirigidos por professo res normalistas , não se .faz mi st ér a presença constantes das auct aridades incumbidas da ins pecção escolar. As visitas a elles podem ser rareadas e quando fe itas visam de pre fer encia o methodo do ensino ~ a applicaçã0 do programma. ' Não succede o mesmo com as escolas isoladas semeadas pelo vasto territorio do Estado. ' Viv~m _?ellas os professores despreo_ccup~dos de qual– quer fl. scal1 s~çao, pela certeza de que os dois umcos inspecto-
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