Revista do Ensino - v.1, n.3, 15 nov 1911
REVISTA DO ENSINO 181 Certo é ·no presente ni. uito peior a situação em que ella se encontra . Posso dizer, coq:i o desassombro de quem não receia a increpação de injusto , que os Conselhos Escolares se t eem re– ve lado corpo rações inteiramente morta s para o ensino . Chega-!õ e mesmo a descr êr de conseguir remedio que possa despertar-lh es a vitalidade . O seu desinteresse pelas c9usas da instrucção excede tudo quanto' se podia esperar. De todas as attribuições que lhes são commettidas uma só, só uma , elles praticarn ,-a attestação do exercicio dos pro– fessores , - e o fa zem, di ga -se a verdade , porque os interessa– dos a isso compe llem-n'os . E' trist e, mas é réal. Comtudo , nada justifica esse indi fferentismo crimin oso pe la ins– trucção da parte daquelles qu e teem responsabilidade clara no seu progredimento . Muito mal tem s ido correspondido o pensamento eleva– do e nobre do governo , ::t '>sociando o município n.:i cultura_dos seus habitantes , partilhando com elle as impo rtantes funccões qu e nesse t e rreno é chamado a exercer. · ' A consti tui ção dos Conselhos Escolares foi obra dos pri– meiros 1.empos da Repmbli ca e nenhuma conheço m~is em har– monia com a essência do regímen. Pareci a não se poder es timular por fo rma mais dirt cta e mais efficáz o interesse das populações do interi or pela magna causa da instrucção . Entretanto , desde os prime iros tempos foram illusorias as esperanças alimentadas . , D 'ahi a neccess idade elas modificações qu e em sua cons– tituição elles tecm soffrido, como tentati vas para obter-se re,– sultados nunca alcança dos. Todos o -; processos tcem sido experimentados i mprofi– cuamente; e chegamo s ao estado presente, em que a instituição não dá m ostra de viela. Enco ntrei-os, na quasi tota li dade do s rnu nicipios,· viven– do apenas pelo presidc_n te , qu e send? o Intendente Municipal , não podi a ali enar ~e _si aquclla qualidade . Assim na ma1on a perm :-c nece rn , e qu ando , neste ou naquel– le município , surg~ _interesse por que se o complete, é caso para despertar suspeitas . . . Ass im r ecentemente t1 ve di sto a prova. O Cons.elho de det ermin ado m,unicipi o , como os dema is, contava apenas o presidente. . . . Um di a da localidade, surgiram mstantes pedidos por que fo sse elle ' compl etado , e taes instancias eram logo acom– panhadas da indicação ~o s nomes das pessôas que se dizia em condi ções de bem servirem á cau sa do · ensino publi co . · Reali sa das as nomeações, poucos di as depois se paten-
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