Revista do Ensino - v.1, n.3, 15 nov 1911
. REVISTA DO ENsrno 173 de brilhante desenvolvimento economico e de rapido progresso para s"eit serviço postal. O Correio bava,·o, que se tem p1'eocwpado sernpre das urgentes necessi– dades do trafi co, cont:ribuht poderosamente pai-a a prospe1·idade do comml!rcio, da ir.,clitsfri"a e da ag1·icitltitra . .. Ha no Brasil, também, a prova indiscutível de que a lndependencia não se poderia divorciar do serviço postal. E ste surge, ainda em ligeiros traços, nas primeiras sombras que escureceram os horizonte da política portugueza corn relação á sua coloni a americana, impondo-se, em 1798, a ser or o•an izado sob a dependencia da &ecçào da Fazenda Real Portugueza. E, em 1808, com o apoio buscado no Brasil pela corôa de Bragança foragida de Portugal ante as hostes de Napoleão Bonaparte, accentua-se o despertar da vida postal, iniciando-se a administração dos Correios no Brasil, funccionanJo no Paço , Jog·o em seguida quasi ao decreto da abertura dos portos do Brasil ao com– mcrció universal, acto este justamente considerado na historia brasileira, como o primeiro passo da Independencia Nacional. A causa postal, portanto, acompanhou muito de perto, intimamente, o despertar de nossa nacionalidade. Entrelaçai-a, pois, á Escola.-< o berço do cidadão >,-é tambem cuidar dos interesses da nacionalidade. Se, pois, em Pernambuco, des fraldei, confiante, o labaro da alliança da E scol a e do Correio, incidentemente, em um discurso, e sem o peso da respon– sabilidade eflectiva de administrador postal ; agora, d'alli transferido para a chefiá effectiva do Correio do Estado do Pará, com muito maior razão, com maior in tensidade de sentimento, não me posso fur tar ao 'p res<!nte appêllo,. directo, á auctoridade magna da Instrucçã o publica paraense, o exm. sr. dr. Joi.to Antonio Luiz Coelho, eminente governador do Estado, que á Escola tem dedicado bôa parte de seu esfor ço administrativo. Releve- me s. exc. a liberdade d'este appêllo em pró! da nobre causa postal, ora confiada á humildade de meu esfo rço nes te g·rande Estado, por isso que eu me sinto com um certc, direito a reclamar esse auxi lio da E scola no Estado do Pará, aqui, justamente, onde ella recolheu, ininterruptamente, cêrca de 10 annos de minha mo cidade, de meu labor, de minha dedicação, de meu patrioti smo, jà em d1ffereutes car gos administrativos ( directo1· ger~l da I nst,·ncção Publica, sec1·etario d'Estaclo da Justiça, I nterim· e I nstrucção Publica, director do In stituto civicojuridico Paes de Carvalho, director do Ensino Mnnicipal ele Belem ); já no humilde scenario de meu gabinete de trabalho, pela publicação de differentes obras didacticas, que lhe foram ded i– cadas ( L eitura Givica, iJJosaico I nfantil, A Terra, A 'I erra Brazileira e Nos• sa P atria ). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O Correio depende <.'ssencialmen te da harmonia de dois elementos ele ac~.ão: a compenetraç~to _de deveres po1· parte dos que o servem, e a justa comprebensüo de ,seus fms, de seus }Jrogressos, de seu valor, por parte de toda a sociedade, a quem serve. · Da acção interna, tenho, até aqui, cuidado, meticulosamente com a maxima dedicação, concretizando os meus ideaes na divisa, que fiz a ffixar no reci nto das differentes secções de trabalho: -Lembrae- vos, senip•·e, f imccfonal'ios postaes, ele que a celeridade O si– gillo, a perfeição de trabalho e a lwn~rabiliclade s~o ôs p1·incipaes carac'teris– ticos do cumprimento do dever no servzço postal, n~o esquecendo, nunca, de que do mm.i encaminhamento, da demom oii do ex travio de uma carta, poderá re– $'Ultar, niuitas vezes, a desgraça de _wn lar, o sacrifício de 1.una fortuna ou o descredito ~e uma casa de commercio. .
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