Revista do Ensino - v.1, n.3, 15 nov 1911

162 REVISTA DO ENSINO trazia apertado, na mão, começou a aquecer , ,ª queimar-me a p elle, a tornar -se insupportavel. Num momento não vi mais a loja de brinquedos, mas, em seu logar, a velhinha indo e vindo , com os olhos vermelhos de chorar e a roupa enchar– cada do aguaceiro. Foi então que procurei o F abrício, vendeiro, para contar-lhe o caso, pois não tinha coragem de o contar á Mamã. E disse ao bom homem: -Ton~e conta do dinheiro, emquanto vou procurar a velhinha. Sahi quasi a cor rer . Ia desta vez alegre, excessiva – mente alegre . No caminhodacasadasNeves avistei um vulto de mulher , que parecia r emexer á beira da calçada . Era ella ! Quasi lhe gr itei aos ouvidos, fr eneticamente : -Minha tia! Minha ti asinha! Acharam o seu dinheiro ! Eu proprio a conduzi á venda do Fabrício, que lhe en– tregou a nota , dizendo ter sido eu que a encon trára amarrada no lenço.-A,velhinha ia ajoelhar, talvez para beijar-me os pés . Levantei-a depressa e felicitéi-a calorosamente. Oh! Como dor– mi bem essa noite ! Como me senti extraordinariamente feliz, mamã ! Então, a bôa mamij, muito commovid a, a voz tremula . mas possuída de orgulho , dissa lentamente : ' - Já sabes, pois , Luciano, qual é e onde fi ca o·P arai so. • A REVIST A DO ENSINO fará a crit ica dos livros que lhe fore rn offe .d rec1 os

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0