Revista do Ensino - v.1, n.3, 15 nov 1911
158 REVISTA DO ENSINO o • ara so Por ALVES DE SOUZA -Mamã ! Ha dois di as me prometteste dizer o que é o Paraisa, e ainda não o fiz este ! Tens explicado outras cousas ao Paulo e á Sarah , emquanto que de mim te esqueces completa– mente. Por que, mamã'? -Não, Luciano, não me esq ueço. Tive occup ações !!-es– tes dois di as mais do que em qualquer outro, meu amor. Hoj e, por ém, saberás o que é o Paraíso. - Já'? - J á. Mas é preciso que Paulo e Sarah es tejam presentes. A explicação é para todo~. Os tr es ficarão sabendo per– feitamente o que é o Paraisa. Sentem-se, meninos . Aqui, Sarah ; tu, P aulo, alli ; Luciano, que é o mais velho , occup a aquella ca– deir a Bem; com~cemos . - Fala, mamã. - O P ar aíso, meus filhos, conforme ensinam os Livros Santos... - Mamã, que são os Livros Santos'? · -São os livros que tratam da formação do mundo, até J esus Christo ..'. Ia eu dizendo que o Paraí so, conforme os Li– vr os Santos, era a r egião da terra onde viveram, e es ti veram por longo tempo na graça de Deus, Adão e Eva . -Só'? O Paraisa er a só isto, mamã '? - Ouçam. Devemos compr ehender o Paraisa como o Iouar o da felicidade. Deus o creou como ponto unico, em todo o mundo, onde a creatur a humana podia sentir-se completamente ventu– rosa . Chamava-se mesmo o «Eden terreal. » I sto, porém, n ão 0 sabemos com ·certeza . São as narrativas dos primeiros tempos da humanidade que nol-o ensinam, e não é ainda occasião desa– b ermos se, em r ealidade, o Paraisa existiu ou é apenas urna lenda das eras biblicas. Não nos pertence, portanto, aprofundar O as– sump to pelo lado geographico, ou pelo aspecto reli gioso mas encarar a alta significação moral que nos offer ece. Com effeito , Deus, cr eando o Paraíso, devia ter tido o intuito de marcar em
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