Revista do Ensino - v.1, n.2, 15 out 1911

102 REVIS'fA DO ENSINO Nunca se attentou, quando por aquelle modo se atac_ª"".ª a reforma , que ella não inve ntara disciplina n~va, não ex1g!a da parte dos mestres cono.ecimentos que o ensmo normal nao houvesse proporcionado aos seus d~pl? mados . . . . A innovação, nes te ponto, cons1st1a apenas em d1stnbmr, sob orient ação diversa da at é então segu ida, ~onhecime nto_s ~ue estavam esquecidos dos programmas antenores, com v1s1vel damno para a instrucção da mocidade . Que o nosso corpo profe ssoral estava em condição de comprehender e p rati ca r a re forma, provou-o elle sobej amente, exibindo nos ex ames dos candidatos a di plomas de estudos primarias, r ealisados em Outub:·o do anno passado, apóz cinco mezes apenas de leccionamento dos novos programmas, os mais brilhantes attestados , que constituíram a affirmativa mais esmagadôra da iwprocedenci a das criticas que o visaram. Tão surprehendentes foram os resultados obtidos, que mesmo os optimi stas v iram excedidas suas prev isões . Se dúv ida pudesse h av er quanto á superioridade do me– thodo intuitivo , como processo de educação dos sentidos, v e– hiculos por onde a cri ança chega ao conheciment o real das cousas, ella desappareceri a po r completo . 1 Tive o -:.casião de sentir t oda a verd ade deste assêrto quando, e1:1 v i~i~as a al_gun s dos nossos _g rupos escolar es; in - _ quiri e fiz rnqumr as cri anças ,sobre as diversas disciplinas do programma . . _ . A p_rec1 sao Acom que eram respo ndidas as perguntas, a persistenc1~ no acerto ,quando_o docen le _co n~estava as r espostas para expenmentar at e onde 1a a consc1encia das ncções enun– ci a demonst ravam claramente o dese nvolv imento das facu l– cuÍdades do rac iocín io e da observação. A eli minação quasi completa do li v ro doutrinaria das mãos das crianças, rest ringindo-o ao papel de aux ilia r do mes– tre, fo i o golpe de mo rte_ v ibrado no_metb odo mnemonico , que accarretava o enfraq~eci_m~nto da mtelli gencia e a atropbi a das fa culdades _do rac_1ocrn10 e da o_bservação . Esta medida, co ntra a qu al mui tos pais se quizeram re– b ellar , porque n~o comprehend iam qu e seus filhos pudessem aprender sem. 1~ vros, conco rreu pod~rosamente para encami– nhar com rap idez o p rofessor na pratica do methodo intuitivo . O livro, em regra , representava nas nos sas escolas a cessação ~e todo o ~sforço cer~bral ~8 Pf rte do professor, que r c luzia a funcçao do mestre quas1 que a de .tomador de li cções . O compendio, nas mãos dos alumnos, pou pava-lhe os esforços que s~o precisos _dispender nas li <;:ões ~raes; e da tD oria da cri ança, nuin ,t rabalho exhausttvo e m util t udo me . . . , mais se ex1g1a. . - Bast ava t raze r a l1çao bem decorada para ser tido como born alumno; raros docentes, e em raros momentos, busca-

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