Revista do Ensino - v.1, n.2, 15 out 1911

100 REVISTA DO ENSINO G ui ado pela v erdade destes conceitos, o Pode r Publi co , no Pará sem desfallecimento s e sem recúos, v em cuidando de long; dat a, com louvavel amor e interesse , da causa do en– sino em t odas as suas esph era s. Comtudo , longe estamos a inda de obt er defin iti va so– luç.ão a pro blema tã o complexo. Não t emos , porém, razões para desanimar; somos uma nação de hontem, e os povos envelhecidos na· ci v ili saç,ão tra– balham a inda, e incessantemente, pela causa do ensin o, inse– guros dos resultados ·alcançados . Podemos com verdade dizer que, nesse campo, a nossa tarefa está apenas inic iada ; mas começam a ser bons os fru – ctos colhidos, e ist o nos deixa a ce rteza de estarmos -emprega ndo processos logicos e e ffic azes . Necessitamos, entretanto , caminhar sempre para diante, sem medir esforços e d ispend ios, vencendo resolutamente as di fficuldades que a cada pas:,o se nos antolham , como a que– rerem nos embargar os passos . A povos como nós, habi t ando Estado de tão grande ex– tensão t erri to rial , de t c•poaraphi a especi al, incerta e caprichosa, com uma população dissemin ada pe la &rea extensa dos nossos rio s, igara pés , lago s e ilhas , os fru ct os da instrucção só ch egam depois de grandes trabalh"os e des'{'erdi ci os . E' preciso qu e os cuidados dos governos sej am constante e que elles possam sempre con tar com a cooperação dos seus governados , para conseguir victor ias nesse vasto campo de permanentes combates contra o obscuranti smo . Prosegu indo na marcha que t emos in iciado . seremos, afi nal, os vencedores; ass im não nos falt em as ener o-ias para a lucta e a cornprehensão de qu e este é o dev er prime iro dos governos, na Republ ica . Nas pag inas qu e se vão lêr encontrar-se-á exposta -com a franqueza qu e é a caracte rí stica da minha norma de ag ir sem– pre que me desobrigo de r esponsab ili dades qu e me cabem, - a v erdade t oda sobre o quê t emo s fei to , e s0bre o que preci– samos fazer para, sem delon ga prejudi cial, collo.ca rmos o ensino publico, no Pará, em concêrto com todas as suas manifesta– ções de prog resso . ão esconderei as lacunas , nem occultarei os erros, porque penso que _maior mal adv~m de menti r á ve rdade conhecida, que de sali entar os pontos para os quaes se dev e voltar a acção dos que t eem a uct oridade para sana r umas e corrigir ôutros .-O processo muito cm voga entre nós de :i t udo tecer encomios, escurecendo os de feitos e as fa lt as, não enganando aos extranhos, redunda exclus ivamente em nosso prejuizo; pois á custa de ouvirmos o côro con tínuo da lisonja mentiros8, vamos, afinal, nos convencendo d~ que, mais do que os ou– tros povos,. p_r?grt::,di rhos , e de que somos, effect ivamente, pio– neiros da c1v1hsaçao .

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