Revista do Ensino - v.1, n.2, 15 out 1911

92 REVISTA DO ENSINO chuva. Hann ( cC!imatologie~) communica algumas observaç.ões feitas nesta cidade por Galt durante 19 me:rns; ·euas deram uma temperatura média de 24 8º C ( novembro 25, 8, jufüo :!3, 4 ), uma humidade relativa de 83 º/, a tensão do vapor d'agua de 21 millimetrcs, e 2840 millimetros de chuv~ n'um anno, dos quaes 1110 _nos mezes_ de deze~bro a mar<;,o, 117 em agosto. Ainda mais ao Oeste, a região subandma é mlllto chuvosa em todo o anno, seo-undo affirmam os viajantes. - Nos grandes affiu1311tes meridionaes, Purús e Juruá, augmenta segundo muitas informações a chuva até uma certa al– tura para depois decrescer, ao menos no verão. No territorio do Acre O ve– rão é bem accentuado; o inverno é fortíssimo de set mbro a abril. E' nesta zona onde se sente com maior força as friag·ens de junho ( raras vezes em maio ou em ~u~bo ) que ~o!1sist~m n 'um vento frio, do Sul ou ~udoeste que vem das plamcies da Bnliv1a _on ental e talvez ate da Republica Argentina ( e não dos Andes, como _muitos pensam !), onde nesta estaç.ão o ar é frio com alta pressão barometnca; este vento apparece de repente com céu co– ber to e muitas vezes com chuva fin a, fazendo descer o tbennometro, no Acre, a 12 - 15º C. A duraç.ão deste phenomeno é de tres a oito dias. No Soli– mões a fr iagem é muito menor'. embora bem sensível, ell a se prolonga ao hemisphcrio boreal até o alto füo Ne 0 Tn i ao Le te, em Manáus e até O bi– dos, alguns dias cobertos e frescos marca~-lhe os ultimos vestíg ios. -Ainda não pude obter infonnaç.ões a~êrca do _reg1mcn mcteorologico do baixo Rio Madeira; a região das cachoeira~ pos u~ o caracter da Amazonia occidental ( Alto Amazonas), segun1lo se po~e ven ficar d'uma co\lecçito de inséctos" que 0 nosso Museu recebeu de lá ul timamen te. No Beni existe, segundo O dr. P . Le Coiote, · a fri agem do Alto Amazonas. Resta-uos ainda dizer algumas palfl.Y ras sobre o pbenomeno impor– tante da enchente e vasante annual do Amazonas e seus afiluentes, conse– quencias ela clistribuiç.ão das chuvas na gT~nde reg·ião de que nos occulJa– mos. Não posso fazer melhor do que traduzir algumas partes da descrip<;,âo que O dr. L e Co_inte nos deu_d~ste pbenomeno ( ob~·a citada, p_. 456 e 45 7 ) : cNo Bem ( a~t.o Madeira J_, ~cre e alto .Jurua, a enchente comeya. em outubro. Em Tabatmg~, n? Sol~moes, as ag·u~s cre cem desde novembrn i em. fins de dezembro os pnme1ros s1gnaes da cbe1a chegam ú. onfluencia do R· Negro c'>m O ~m~zona . Em O_bido , o nive~ da~ agu~ sóbe desde O come;~ de j aneiro, at_tmg1?do seu max1mum n~s pnmeiros drn s de junho e perma– necendo estac1onano durante poucos dias, para descer mai ou meno• 1, . · d b N' · " api- damente até o me1ado e novem ro. esta epoca produz-se uma pequ . d . d l ena enchente chamada rep1quete, epo1s a qua as aguas baixam de novo ma tendo-se em seu nível mais baixo até fins de dezembro .» ' u- cEm maio, ouando abaixo de Coary a enchente continúa a aun-meuta. . ~ d p . J . ,,,,. d . ºá º i , os cursos superiores o urus, urua e ma eira J, se acham assaz secc ..Em Obidos, a oscillaçiío annual do nivcl do rio é de 6 a 8 me/ª· ~ . 'b A 1 d ros ' q uanto mais se so e o mazona~ ou qua quer um e seus affiuentes t t d .fl . l d . d , an o maior é a I erenç.a .,ntre o mve o mveruo e o o verão. » cAo con trario_do que se pensa, ~ alt1ua das ench entes do Baixo Ama– zonas não depende du·ectameute da maior ou menor abundancia das eh ._ uvas nesta reg1ao.> Eflectivamente, o inverno de 1909, anuo de terrivel cheia no B . ' A onas foi bastante fraco nesta zona. Enchentes collossacs que ca aixo maz , . á 1 , · - f d ~ usaram . ndes preju1zos avo~ra e a criaçao, oram as e 1809, 1898, 1904 gra 909 Semelhantes cheias devastadoras se produzem provavelm ' 1908 e 1 · · b · · • ente pela _ de chuvas excess ivas so re vast1ss1mas reg.ôes que d t . ' extensao randes e simultaneas em muitos aftluentes do "'ran/ ei:mmam enchente~d·gLe Cointe, são sobretudo os g randes tributal'ios 6 mei··de. no. Se– O'undo o 1 • ! 1onaes os b

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