Revista do Ensino - v.1, n.2, 15 out 1911

REVI STA DO ENSINO 81 meiro caso é pr ova eviden te o archipelago que semeia o rio, en tre a ilha de Ma rajó e a mar gem septentrional, a rPgularisa– ção do con torn o dos blocos antigos desagg regados da orla contimental, como os de Maraj ó, Caviana e Mexiana, a con– stitui ção de novos tractos in sulares, uns j á cober tos de vege– tação, outros afflorando á superfície das aguas , ou tr os ainda em formação. O que v imos de affirmar constitue um facto que p alp ita aos olhos de todos, claramente, e delle já nos h aviam dado noticia , R. \Vallece (1) e o proprio E lisée Reclus (2); como t ambem, em 1860, Emile Carrey, de passagem p elo Pará, rumo da Guy ana Franceza. Fall ando do Amaz onas, das suas ilhas e seu delta, di z Carrey que o ri o, sobr etudo n a fóz, es– tá cheio de d estroços vegetaes e innumeros b an cos de vasa moll e com tenden cias a fixaçã o, pois, á pequen a profunid a-de se en contra terra mais consistente em que parecem r epousar; que a ilha d e Mar ajó ou d e J oanes é, antes, um immenso delta que uma só ilha, tal é o numero de ri beiros que a cor– tam e os grandes depositos de vasa accumulados p elo refluxo das gr::mdes mar6s (3). Recentemente, o d r. J. Huber constatou que os varios elemen tos a llu viaes caminho do mar não cessaram de se depo– sitar , desde a zona dos Furos de B1·eves , onde varias ilhas q e formação r ecentíssim a v~m de emer g ir, e cujo perfil, ape– n as velado por uma vegetação n ova , o com peten te pr ofis– sional apanhou em chapas photog raphicas (4). E ' um facto incon testavel, portanto, que todos os tractos insu lares que se inter põe n a corren te amazonica da fóz do Xing ú, acima da qua l mui to sensivel é a-inda a influ encia das marés (5), a té ao mar, são de fo rmação deltaica, exceptuados os nucleos r econhecid amenté antigos, sob o ponto d e v ista geolog ico, desdobrado~ p elas a l_luviões . E, se todo esse amplo estuario que, len ta e 1mper cept1velmente, vae sendo povoado de novas insulas j á não con stitue uma grande extenção terri– tor ia l, accrescida ao continente, é que a is to se oppõe, de al– guma forma, o t umul to do rio! no se~ encontro com o mar, de terminando phenomenos umcos e 1mportan tes, como o da I por6róca, observado entre Macap á e _? Cab? do Norte, onde a bocca sep tentr ion a~ do Amazon as e estreitad a p_ela ma~sa de um pequeno arch112elago, fóz _do _Ar aguary . ~ ln, nos d! as mais prox imos do nov1 e do pl emlumo, o mar attmge a ma10r altura em a lg un s mi nutos apenas. Pass~da a vasante , ?uve-s~, á distancia de oito k ilometros, u m mugido que annuncia a v1- (1) Nan ·r,,tion of Travei~ on the Amazon an1, R io Negro. (2) Estadns-Unidos do Brazil. Geog., Ethnog., Estatisc.-56 - (3) E a,i.nai;;y-Sous L'Equateur, paga . 15- 96 (4) Boletim, do Mi ,seu Greldi, tom . III, pa gs. 447-498 (5) E -WArrCEus- Geouraphia Physica do Brazil, pag. 73

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0