Revista do Ensino - v.1, n.2, 15 out 1911

74 REVISTA DO ENSINO astuto ·inventava um ardil ou uma arma nova, ou qualquer outro meio de ataque ou de defesa, o Iilll:is s_imples inter~sse lev_aria os outros a imital:-o, e todos assim d'elle aproveitan am. A. prática habitual de cada arte fortifi– cava de certo grau a intelli gência. Se o novo invento era importante, a tribu, ,melhormente apercebida, augmentava ele número, se expandia, e subjugava as outras. Em uma tribu assim numerosa havi:i. sempre maior probabilidade em favor do nascimento de outros membros superiores e engenhosos. · A~ principaes variedades do gênero humano remontam a uma alta an– tiguidade.Encontram-se, nos mais antigos mouumentos do E gypto, dois grandes typos dístinctos, o .-,.,rabe a leste _e a oeste do_ Egyp~o! e o Negro ao sul; 0 ty– po egypcio occupa entre os dois um lo~ar 1p~e1:medio. Esses typos predomi– nam inda hoje no Eg·ypto e nas reg iões v1zmha . A respeito, Poole diz que, durante esse immenso espaço de tempo, não se encontra «que a me– nor mudança se tenha operado no Negro nem no Arabe, e o typo que pare-. ce intermediário entre ell es ficou virtualmente o mesmo.;, T res mil annos não modificaram nenhum d'elles. Mas é preci?o sab?r. que o tempo só, f~ita abstracção de toda mudança de condiçõe~ exten?re?, e 1_ncapaz de produzir uma al teraçã_o de typo, A ad– aptação a circumstáncias d1fferentes e que é o grande movel da divergên- ~ nu ra~. . Posto que.º tempo decorri do seja m~ito curto, _já se póde notar que 0 Negro do Brasil, mesmo de raça pura, d1ffere, phys1ca e mentalmente do seu antepassado africano, e dos seus actuaes irmãos ele raça, que habita~ a pátria originária.. DiffeTenças n_o tav_eis entre o Americano e o Inglês, p e a:· da, chegada co1:1tmua de n~vos 1m_m1)6rantes aos E~taclos- Unidos. Da mesma sorte, o typo h1spano- amencano d1stmgue-se perfeitamente do castelhano· e 0 Brasileiro, inda mesmo ele fonte puramente lusa, não se confunde com O p'or- tuguês d'Europa. . · Há razões que perm1ttem crer que as mudanças das condições exterio– res ou, para melhor dizer, ele país, rroduzem menos ef'.fe ito hoje que outr'õra. 0 presente,_ qua?~~ os homens emigram, levam com 1g? o cómmodo , usos e hábitos da v1da c1V1hzada; constroem ca as semelhantes as da mãe-pátria a d d b h 1. e , < que e tavam acostuma os; cnn uzem re an os, acc 1mam, na nova térra as .· cipaes plant_as que lhes servi~m. á aldi~entaç~LO. Sehaí faz frio , cobrem'- se ~~~; com sobretudos e roupas propnas 1::iverma; se a calor clema iado co ' · · l ·' , mo nas zonas equatonaes, vestem- se mais evemente. Não foi Bempre assim. Quando o homem se espalhou pela su fi . · . d 't· P~ ~e do globo, _nã 11 o trnha ammaes ornes icos, ne~ mesmo_ o cão, talvez; não conhe- cia. a agnct tura; sVuas. arm1 as eram a_s ma1st gdrosse1~ras e as casas apenas me– reciam ess~ nomed ana~~o necessfn.ame~-â e a 1mentnção, de hábitos de todo O conJunctbo e ~uda vá1 a tnatu_ra d, a me_ 1 a qu~ p~ssava d'um país a o~tro estava mais su mett1 o ac uaçao as c1rcumstancia externas e ' b b·1·a d · · l l d < ' ' segundo toda a pro a 1 1 a e, mais suscept1v~ e e ~u a_nça. E' o que assevera Wall ce: emq~nto o h_omem levou uma existência aDJmal, esteve submettido ás a– mas l01s, e variou talqun.lmente as outras creaturns· ma . com t mes- p ela faculdade de vestir-se e de fabricar anuas e uten 'nios 'ene a.º empo, d ' b td ' trancouá, natmeza esse po er que exerce o re o os os outros animaes d d · t t ' e mu ar fórroa ex.tenor e a es ruc ura. . a Wallace cxagger~ porventura quando afiança que o homem não é . . fluenciado pela selecç,w natural, e que seu corpo se tornou e t . m~1s M m dan"-as lentas e gracluaes têm-se dado. As alterações não são tal ac 1 ionáno. u ' '( t · t l 1· . vez e e ma· . ul to elos entraves que os sen 1men os mora e re igioso trouxe 1or v P ~ ram ao pro– cesso de selecçao.

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