Revista do Ensino - v.1, n.1, 07 set 1911

REVISTA DO ENSINO 33 O max:imum absoluto observado foi de 763,3, e o minimum de 755,4 millimetros. As oscillações barome tricas não permittem, em Belem, nenhuma. conclusão sobre a probabilidade de chuva. O · vento Leste predomina em Balem· durante tcdo o anno; elle é muito constar_ite no ve rão, não se desviando ( a não ser na occa.sião de al– g uma ven tam1.1 local de trovoada) senão até o !:,ueste ou Nordeste. No in– v,· rno as calmas são frequentíssimas sobre tudo durante a noite; na primeira. me tade desta estaçãq r eina ás vezes dumnte dias segu idos forte vento de Norte ou Noroeste com chuva persistente. Não sei se este phenomeno está em relação com o evento de cima» do baixo Amazonas, portador de mau tempo, ou ( o que me parece mais provavel ) se elle vem das Guyanas, em cujas costas esta · qualidade de chuva ó classica. Nenhuma oscillação barome– trica anormal ncompanha este ven to. - Conhecedissimo é, em Belem, o forte Nornordeste, chamado «ven to de Marajó», que refresca as tardes nas 1,tas proximas do littoral, não se fazendo, infelizmente, sentir nos bairros afastados d'este; olle vem do ma r e é limitado ás camadas infe-riores da a tmosphera, não influindo sobre a ma rcha das nuvens.-Não ha noticia, em Belom, de tempestades devastadoras, embora nãn faltem fo rtes ventanias na occasião de trovoadas; o dr. P au lo Le Cointe (e Lo climat amazonien e t plus spéciale– ment le climat clu Bas Ama zona>, Annales de Géographie XV, 1906 p. 455) porem cita alg uns cas'ls observados no interior do Estado. Elle encontrou, em 1897, nas florestas 110 Oeste do Lago de Sapucui ( mu nicipio de Obidos ) uma esoecie de estrada 11ber ta n 'nma lari:rnra do mnis de cem metros, com dois kilomctros de comprimento, e~tando~ as madeiras, qvebradas ou desar– raigadas, todttS deitadas do Oeste para o Leste. O mesmo autor observou em Obidos, un noite do 30 para o 31 de ap;osto de 1906, u ma teml'estade que derrubou a rvores e arrancou tectns. Seg-undo o Barão de l\larajó, na. Vig ia, em 1895, uma v iolenta tem– pestade derrubou uma certa área da floresta. Bibliotheca do professor A Língua Portuguesa A bibliograpbia didáctica portuguesa é escassa e des– ordenada. Níio ha em curso algum uma série Ill:eth6dica de livros que possam guiar o aprendizado pedagóg1c? ~º- profess~r--:– por um caminho seguro, facilitando-lhe os prmc1p10s da disci– plina, em coordenações lógicas. A \}~da um cab~ a tarefa de tentar instr uir-se, por critério pr6pr10, )}a matéria em que _se q~ise1 especializar. O nosso arch1vo de conhecimentos é ~1s– tr!buido sem systematização a~é na espher a das acàdemias. ~a~ os livros estr angeiros, p articularmente os franceses. e os italianos, que nos traçam, em r egra, o rumo geral da viagem através das idéas e das theorias.

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