Revista do Ensino - v.1, n.1, 07 set 1911
' 1 30 REVISTA DO ENSINO normaes, até fevereiro ou março, para depois declinar lentamente e pass11,r em regra geral imperceptivelmente para o verão, que. costuma ac_c~ntuar-se bem de agosto em de~nte. A marcha annual da chuva tor!1a-~e VlSlvel pelas médias mensaes publicadas. A chuva ca_e d~ preterenc13: a tarde ou de noite• no verão uma chuva antes do meio dia é uma randade. As chuvas da n~ite, freque~tes em todo' o anno, attinge~ o maximum na seg1;1nda me– tade do inverno e no começo · do verão (abnl a agosto).-Belem e um dos locrares da terra, que têm annualmente o maior numero de dias com trovo– ad°a, podendo-se avÍÍliar est~s dias. e?1 250 a 280. T_odas. as ~statisticas_fei– tas aqui até agora são muito def1c1entes! sendo mwto d1fficil consegml-as exactas u'uma cidade grande, em que o ruido das ruas abafa por completo os trovões longínquos e fracos; com bastante trabalho, e auxiliado por meu chefe o dr. Huber que reside no Museu onde as condições para observar as trovoadas são assaz favoraveis, consegui fazer a estatística exacta das mes– mas, pelo menos durante alguns mezes. Observámos em dezembro de 1909: 25 dias com trovoada (ao longe em 19 dias, perto em 6 dias); em março de 1910: 22 dias (ao lo1_1ge 16, perto 6);.em abril de 1910: 24 dias (~o longe 17, perto 7); em maio de 191O: . 23 dias (a~ longe 15, perto 8); na primeira metade de junho de 191q: 10 d1~s (~onge o, perto 7); em julho de 1910: 21 dias (longe 13, perto 8); na pnme1ra metade. de agosto de 1910: 11 dias (longe 8, perto 3); em outubro de 1910: 2~ dias (longe 13, perto 7). Em setembro de 1910, o dr. Huber cc!ltou 23 dias com trovoada.-Esta estatís– tica de oito mezes forneceu 179 dias com trovoada, o que daria 268 parn um anno inteir.o. E' de _notar. que nos mezes em que fizemos as observ8<ções, 0 temi10 cor!'la approx1madamente normal quanto aos 1>hen()menos electricos dn atmosphera. Vêr passar uma semana sem uma t-rovoada é em Belem um caso rar1,, que só succede algumas vezes em fins de outubro ou em novem– bro, em aunos de verão mui to forte, ou na primeira m<ttade do inverno, na. occasião de ~huvas prol?ngadas com vento Norte ou;N°oroeste. Apezar da.sua extraordinana fr~q1;1enma, as trovoad~s em Belem, ~ão em geral fracas e pas– sam em sua ma10na ao Norte da cidade; sendo 1mpossivel distinguir em muitos casos_, se uma t-~·ovoadn: se acha_ perto ou n~o (mórmente quando 'é de fraca intensidade), as cifras ac1m~ pubhcad~s são somente approximadas. Uma ou outra trovoada forte, com queda de maior numero de raios, observa-se na capital durante a tarde; nas trovoadas nocturnas predominam os relampagos difl _ sos; os raros trovões que se .ouve antes do meio-dia, são fracos. Pelo men~s dois terços de todas as trovoadas desenvolvem-se entre as duas e as 8 • horas da tarde. Não ha noticia sobre quéda de saraiva na capital poreis soube por pessoas fidedignas ter apparecido este phenomeno em Ana~indeem (perto da capital, na E. de Ferro de Bragança), na ilha de Caviana e ua alguns Jogares dó baixo Amazonas, (Alemquer, Oriximiná), sendo as ped;: d:' gêl_o sempre de taman~o 1 pequeno.~As pancudas d'agua de curta dura– çao, tão communs na capita, que mui as vezes precedem ou acompa h as trovoadas, são notavelmente mais frequentes no littoral do Guajará dn am por exdemptlo na dEstruda da Independenci~, .º que está em relação c~Ju~ facto as rovon as pass1_1rem em sua maioria pela bahia· os rápidos . ceiros despejados por nuvens isoladas, tão locaes que só molham agua– quena parte d~ ~idade, percorr<>m de ~rel'erencia o mesmo caminho.~~~ pe– rão, noites dehc1osas seguem-se depois das trovoadas da. tarde m ye– verno f.'stas degeneram frequentemeute n 'uma chuva fina que d~ra ast _no 1 ~– noite. a. ,e meia- A nebulosidade em BEllem foi tnmbem estudada. por Hann d novs annos das nossa.& observa.r.ões, sendo as m 'd' • eegun o y e 1.11.s mensaes as •eguintes (em •t.).
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