Revista do Ensino - v.1, n.1, 07 set 1911

26 REVISTA DO ENSINO A razllo <las colsas.-A-expllcaçllo. Se depois de termos sentido. o chei~'O de queimad?, des- obrimos que ha r ealmente qualquer coisa ar~endo, d izemos fndillerentemente que achamos a causa do ·c~eiro, que conhe– cemos a r azão pela qual percebem9s esse chei~o, ou que a. ex– plicamos. Assim, conhecêr a r azao duma coisa, ou explicar essa coisa é conhecer-lher a causa. Ma~ 0 qne é causa de uma coisa é o effeito de outra. Supponhamos que .um monte de palha inf.lamma.da seja a causa do cheiro de queimado; per guntamos unmediatamente quem lh,e ateou o fogo ou qual a causa dessas ch ammas. Descobriremos talvez que jogar am na palha um phós- horo aceso, e diremos então que foi esse phósphoro a causa ~o fo o-o. No entanto, o phósphoro não podia aí se encontrar , sem que alguem o houvesse trazido. Sua presença é um effeito produzido por alguem que é a causa. Indagamos então se al– guem aí pôs esse phósphoro. Fal-o involuntariam(mte ou com intensão? E nesse caso, qual era o seu fim ? Qual a causa que o levou a praticar tal acção? Que motivaeia a sua r azão? E' evidente não haver limite ás per guntas derivadas uma':l das outras, que se pàde assim fazêr. Pensamos pois que toda a acção é o effeito de urna ou– tra que a procedeu ?Omo causa, .que esta por sua vez provém de uma outra, e assim de seguida, formando - uma cadeia de causas e de effeitos que se estende tão longe quanto quiser– mos seguil-a. Diz-se que uma coisa está explicada logo que descobri– mos a causa ou a razão de sua existência. A explicação é mais comple~a se ~ncontr.armos a .causa dest~ causa, e torna-se cada vez mais sat1sfactoria a ~ ed1da que ad1ccionam0s um élo á ca– deia das causas e elos effe1tos.-Nen~uma explicação, no entanto, póde ser con~p leta, porqu~ o con.hecunento humano, no seu mais alt? ~r~u, nao J?óde, senao mmto de longe, app roximar-se do prmmp1Odas coisas. S. de PADILHA. Lêr 11a edição 11i11doirtt da ]f..euista osseJlllintes iJ1te– re,ssa11tes estudos: Anarchia Orthográphica, por f léxa Ribeiro-O Delta Amazónico, por A}fre(lo Lamartlne.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0