Revista do Ensino - v.1, n.1, 07 set 1911

REVISTA DO ENSINO 25 Com esse methodo temos obtido, nos collegios onde nos foi dada a honra de fazer parte do seu digno corpo docente, resultados magnificos, em que muitas crfanças sabem collocar, precisamente justo, o modelo no logar onde foi por ellas visto e copiado. PRIMEIRAS NOÇÕES SOBRE .AS SCIENCIAS (De Th. Huxley, trad. especial para a Revista) A 5en5açao e a5 coisas Durante o tempo em ,que nos conservamos despertos, percebemos por meio dos nossos sentidos alguma coisa do mundo em que vivemos e do qual fazemos parte. Constante– mente temos certeza 'de palpar, de ouvir, de sentir, por momen– tos de provar, e de ver, a não ser que estejamos no obscuridade. Chamamos sensação a informação assim obtida do mundo exterior. Quando experimentamos uma destas sensa– ções, dizemos commummente, que palpamos, cheiramos, vemos ou provamos qualquer coisa. Certo cheiro nos denuncia que cheiramos cebola, certo sabôr que provamos maçan; certo som que ouvimos um carro, certa apparição diante. de nos– sos olhos, que vemos uma árvore. Chamamos coisa ou obje– cto aquillo que assim percebemos com o auxilio dos nossos se}1.tidos. As causa5 e os errelto5 Alem disso nós dizemo~ que es~as coisas e estes obje– ctos são as causas das sensaçoes referidas, e que as sensações são os effeitos dessas causas. Por exemplo, se ouvimos certo som, dizemos que é produzido ~elo rodar dum carro na es– trada, ou então que elle é o effe1to, a consequencia da passa• gern de um carro pelos arredores. Se sentimos um cheiro de queimado, pensamos que é o resultado de qualquer coisa que arde e procuramos, inquietos, a causa desse cheiro. Se vemos uma árvore, cremos que existe uma coisa, um objecto que é causa dessa apparição no nosso campo visual.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0