Revista do Ensino - v.1, n.1, 07 set 1911
24 REVIS:I'A DO ENSINO de individuo a individuo~ Não cremos que esse methodo possa ser exequivel em crianças de po~c_a idade, talvez em rapazes que já tenham bom senso, aux1hando o mestre no , desenvolvimento desse seu methodo. « Os modelos, continúa o dito annuario, devem ser obje– ctos reaes, familiares ái; crianças. Pouco importa o grotesco das figuras » ... Neste ponto, protestamos nós, professor de desenho, cujo dever; obrigação primaria, é de impedir, desde 0 inicio, o grotesco dos desenhos, já com explicl:!-ções paciente– mente dadas, iá com as correcções justas, ensinando a vêr o contorno do modelo, afim de, a todo tranze, facilitar â criança 0 caminho da vida, incutindo-lhe a justeza da fórma e o gosto pelo bello. · -Solidos geometricos ~!. . . estamos a ouvir esta excla– mação de sarcasmo por parte de - muitos. Sim; nós temos dado, com muito proveito, ás creanças, solidos geometricos, porém não com esse nome. A creança conhece a bóla de borracha com que brinca, a caixa de phos– phoros ou outro qualquer objecto; pois bem, nesses solidos encontramos alguns objectos usuaes cuja forma é perfeita, con– seguindo o alumno a ver bem e justo. Para os alumnos do 3º anno já se podem dar grupos de dous solidos de fórmas antagouicas ou objectos pequenos e sem detalhes demais podendo estudar-se · as sombras que fazem os objectos, revelando já; por esse methodo, muitas creanças. um espirit;o de º?servação acu:ado e notavel; detalhes que á extranhos passariam desapercebidos, vemos, com prazer intenso serem executados com muita intelligencia, e em varias erros' retocados por diversas vez_es, ob~ervamos o esforço nobilissim~ d.a procura, e preoccuoaçao ~e mterpreta~, _o capricho de ac– certar, mas que a pouca pratica no exerc1cio ainda não per– mitte o resultado almejado. No ~º anno, o grupo d'es~es objectos simples já é maior; a perspectiva começa a complicar-se com as variedades das nitances do claro-escuro. Já VEEM o valor das linhas e o seu 1·appo1·t entre os ob– j ectos que servem de modelos. No 5° anno, os_ nossos !llumnos c~piam ornatos em alto relevo, de reprodu~ço_es.class1cas, em gesso.. Em gêsso, isto é, br~nco, por ser, mais facll d«: ser comprehend\do e por isso mais facil se torna a sua execuçao. . Aqui, t~m logar l_lma observação: natu~almente, instin- ctivament~ nao s6 a criança, como o leigo em desenho, con– funde facilmente, quando .quer executal-o, a côr do modelo 00m a sua so~br~ propria; ao passo que, no gêsso só exis tindo, por assim dizer, o claro e o escuro a luz e a s ;i,. • f ·1 t d' ' om-ura ac1 se orna a apren 1sagem desses dous detalhe · . ' cipaes, sobretudo quand se conhoece o elemento pri~ Pd~m– a fórma. or ial :
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